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21/08/2008 - 10h00

EUA decidem não seguir mais regras em pesquisas fora de casa

Da Agência Estado
Em São Paulo
Médicos reunidos em São Paulo para revisão da Declaração de Helsinque, que orienta as pesquisas científicas com humanos, manifestaram preocupação com a decisão do governo dos Estados Unidos de, a partir de outubro, não exigir mais o cumprimento dessas normas para estudos feitos fora do país.

A declaração é um documento de 1964 que surgiu como resposta aos abusos cometidos por cientistas engajados no nazismo durante a 2ª Guerra Mundial. Ela traz orientações, por exemplo, sobre a necessidade de consentimento dos participantes do estudo e de se buscar, em primeiro lugar, benefícios para o paciente. Também trata do uso de placebos, substâncias inócuas aplicadas em pesquisas para comparação com novos remédios. Segundo a declaração, eles devem ser aplicados só quando não houver outro tratamento disponível para comparação.

HowStuffWorks
Pesquisas de medicamentos com humanos são norteadas pela Declaração de Helsinque, documento que surgiu como resposta aos abusos cometidos por cientistas engajados no nazismo durante a 2ª Guerra Mundial
CONTRA O USO DE PLACEBO
BEBÊS NA ÍNDIA
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DECLARAÇÃO DE HELSINQUE
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A dispensa de obediência às regras causa preocupação porque, recentemente, estudos antiéticos com placebos foram feitos com crianças portadoras de doenças pulmonares na América Latina. "Eles jogaram fora Helsinque, disseram que as considerações éticas são dispensáveis fora dos EUA", afirmou Dirceu Greco, professor de infectologia da Universidade Federal de Minas Gerais e integrante do comitê brasileiro que revisa a declaração, processo a cargo da Associação Médica Mundial.

Ontem, Greco cobrou do presidente da associação, Otmar Kloiber, uma postura contra a posição norte-americana. Kloiber destacou, no entanto, que a posição dos EUA só foi tomada em razão de o país não concordar com restrições ao uso do placebo. As limitações sobre o uso do placebo são a principal polêmica do processo de revisão, que será concluído hoje em São Paulo - e depois referendado em conferência em outubro, na Coréia do Sul.

"Eles desistiram porque fomos muito longe. Fazemos nosso trabalho primeiro para os médicos; esperamos que os governos sigam, mas se não seguirem é outra questão. Se o governo tem problema ético, ele tem de se explicar", disse Kloiber, ontem, durante fórum para discutir a revisão, promovido pela Associação Médica Brasileira. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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