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28/04/2009 - 15h00

Tire dúvidas sobre a gripe suína

Do UOL Ciência e Saúde
Em São Paulo
Atualizada às 17h de 06/05/2009

Esclareça dúvidas sobre a atual gripe suína, chamada oficialmente de influenza A (H1N1):

O que é a gripe suína?
É uma doença respiratória altamente contagiosa que acomete os porcos, causada pelo vírus influenza A, do subtipo H1N1. O microorganismo responsável pelos casos atuais, no entanto, é uma mutação. Trata-se de um vírus híbrido, que contém material genético de vírus humanos, de aves e de suínos.

Alfredo Estrella/AFP
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em que já existem casos confirmados
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Quais os sintomas em humanos?
Os sintomas geralmente são similares ao da gripe comum. Eles surgem subitamente e incluem febre alta (igual ou acima de 39º), tosse, letargia, falta de apetite, irritação nos olhos, coriza (nem sempre pronunciada), dor de garganta (nem sempre pronunciada), dor de cabeça intensa, dor nos músculos e nas articulações. Podem ocorrer, também, náusea, vômitos e diarreia.

Como são definidos os casos suspeitos?
O Ministério da Saúde considera um caso suspeito da doença quando o paciente apresenta febre alta e tosse (podendo ter outros sintomas, como dor de cabeça, dores no corpo e dificuldade respiratória) até 10 dias após sair de países que reportaram casos, ou após ter contato próximo (nos últimos 10 dias) com pessoa classificada como suspeito de infecção.

Em quanto tempo, a partir da transmissão, os sintomas aparecem?
Os sintomas podem iniciar no período de 3 a 7 dias após contato com esse novo subtipo do vírus e a transmissão ocorre, principalmente, em locais fechados.

Quanto tempo antes e depois de apresentar os sintomas o paciente infectado pode transmitir a doença?
Os médicos acreditam que a transmissão pode ocorrer até 24 horas antes de os sintomas aparecerem e até dez dias depois.

Qual a diferença em relação aos sintomas da dengue?
Na dengue não há sintomas respiratórios, como coriza e tosse, e as dores no corpo podem ser mais pronunciadas.

Qual a diferença entre a gripe suína e a gripe comum?
A gripe suína é caracterizada pelos sintomas da gripe comum, mas pode causar vômitos e diarreia mais graves.

A gripe suína pode matar?
A gripe comum mata entre 250 mil e 500 mil pessoas a cada ano, principalmente entre a população mais idosa, que possui a imunidade comprometida. As mortes em geral ocorrem por uma complicação da gripe, a pneumonia. A doença também pode predispor a infecções por bactérias.

Análises preliminares do vírus causador da gripe suína, o H1N1, sugerem que se trata de uma linhagem menos agressiva, segundo cientistas. Especialistas acreditam que seria necessária uma nova mutação para que o H1N1 causasse a alta taxa de mortalidade que alguns previam.

No entanto, até agora é impossível prever com precisão como a doença vai evoluir e qual a sua taxa de mortalidade. Como muitos casos suspeitos ainda precisam ser confirmados por exames laboratoriais, ainda não se sabe ao certo o número exato de vítimas da gripe suína.

Segundo especialistas, serão necessárias semanas ou até meses de análises biológicas até que se possa conhecer o potencial de letalidade do vírus.

Como ocorre a transmissão?
A doença foi contraída inicialmente por pessoas que tiveram contatos com criações de porcos. O problema é que essa variante do vírus permite o contágio entre humanos, razão que explica o atual temor. A transmissão ocorre da mesma forma que na gripe comum: por via aérea, por meio de espirros e tosse. Ela pode ser direta (a pessoa inala as partículas que estão no ar) ou indireta (a pessoa toca em objetos que foram contaminados por tosse ou espirro e leva a mão à boca ou aos olhos, trazendo o vírus para dentro do corpo).

É a primeira vez que a gripe suína é registrada em humanos?
Não. A OMS já notificou 12 casos de gripe suína em humanos entre 2005 e fevereiro de 2009 nos EUA e na Espanha.

É possível contrair a doença comendo carne de porco?
Não. A gripe suína não é transmitida por alimentos. O cozimento da carne a 71º C destrói o vírus (para se ter uma ideia, o fogão comum atinge facilmente temperaturas superiores a essa).

Como é feito o diagnóstico?
Uma amostra respiratória precisa ser coletada nos quatro ou cinco primeiros dias da doença, quando a pessoa infectada espalha vírus, e enviada ao laboratório.

Como é o tratamento?
O CDC (Centro de Controle de Doenças), nos EUA, recomenda que a doença seja tratada com os medicamentos já usados na gripe aviária: o oseltamivir (Tamiflu) e o zanamivir (Relenza). Eles só podem ser prescritos pelo médico. A automedicação, alertam especialistas, pode fazer com que os remédios tenham efeito diminuído a longo prazo.

Como evitar a doença?
Caso você viaje para regiões em que há casos registrados, como EUA, México ou Canadá, é recomendável usar máscaras cirúrgicas descartáveis em locais de grande circulação de pessoas, evitar aglomerações, evitar o contato direto com pessoas doentes, lavar as mãos frequentemente com sabão e água, especialmente após tossir ou espirrar, e evitar levar as mãos à boca e aos olhos.

O que fazer se estiver com suspeita da doença?
Em caso de suspeita, é preciso procurar um médico e informá-lo da suspeita, como por exemplo uma recente viagem a um país onde há casos registrados. A OMS recomenda que as pessoas com sintomas não saiam de casa e evitem aglomerações. É necessário repouso e ingestão de líquidos. É recomendado também que a pessoa cubra sua mão e o nariz quando for espirrar e lave as mãos com frequência.

Há uma vacina que possa proteger a população humana contra essa doença?
Não. Não existe vacina contra esse novo subtipo de vírus da influenza. Há pesquisas em andamento, mas não há previsão para o desenvolvimento desta vacina.

A vacina contra gripe comum protege contra a influenza A (H1N1)?
Não há, até o momento, nenhuma evidência de que a vacina contra gripe comum proteja contra gripe do vírus A (H1N1).

Por que a gripe suína parece ser mais letal no México?
Segundo alguns especialistas, há a possibilidade de que outros vírus, não relacionados, estejam em circulação no México, agravando os sintomas da doença no país. De acordo com especialistas, é pouco provável que esse cenário se repita em outros países.

Outra possibilidade cogitada por especialistas é a de que as pessoas infectadas no México tenham procurado tratamento em um estágio mais avançado do que os pacientes de outros países.

Há ainda a possibilidade de que o vírus em circulação no México seja ligeiramente diferente daquele em outros países. Essa hipótese, no entanto, só poderá ser comprovada por meio de análises laboratoriais.

Fonte: CDC (Centro de Controle de Doenças nos EUA), OMS (Organização Mundial da Saúde), Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Ministério da Saúde, Gustavo Johanson (infectologista da Universidade Federal de São Paulo), Folha Online, Reuters e BBC Brasil

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