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28/01/2009 - 19h31

Quadro que levou à morte da modelo é mais comum do que se imagina, diz médica

Tatiana Pronin
Editora do UOL Ciência e Saúde
A sepse, problema que provocou a morte da modelo capixaba Mariana Bridi, 20, é uma das principais causas de óbito em ambiente hospitalar no Brasil. Todo ano são diagnosticados 400 mil casos no país, com 230 mil mortes, segundo a médica Flávia Machado, chefe da terapia intensiva do Hospital São Paulo e presidente do Instituto Latino-Americano de Sepse (Ilas). As causas mais comuns são pneumonia e infecção urinária.

Qualquer foco infeccioso pode levar ao quadro, que é uma resposta inflamatória generalizada do organismo à infecção. "Isso nem sempre significa que a infecção atingiu outros órgãos", esclarece a médica. Outro equívoco comum entre os leigos é achar que a sepse é consequência apenas de infecções hospitalares. Bactérias, vírus ou fungos contraídos na comunidade também podem ser a causa da enfermidade.

AFP
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A consequência mais grave dessa resposta exacerbada à infecção é o chamado choque séptico: a pressão do paciente cai muito, prejudicando a oferta de oxigênio ao organismo. É a partir desse quadro que pode haver falência múltipla de órgãos e morte.

A necrose de extremidades do corpo também não é incomum nos casos de choque séptico, segundo a presidente do Ilas. Mas, em geral, apenas as pontas dos dedos são comprometidas.

A falta de vascularização nessas áreas, que leva à morte dos tecidos, pode ocorrer porque a sepse provoca alterações na coagulação sanguínea. "Mas também a própria queda de pressão e os remédios para controlar o quadro podem dificultar o fluxo de sangue nas extremidades, levando à necessidade de amputação", explica.

Machado afirma que a dificuldade em se diagnosticar a sepse não é um problema que ocorre apenas no Brasil. "Médicos intensivistas costumam reconhecer os sintomas, mas, muitas vezes, eles aparecem quando o paciente está em uma enfermaria, ou mesmo em casa", diz.

Por esse motivo, o Ilas participa de uma campanha mundial, iniciada em 2002, que tem como objetivo disseminar em hospitais um protocolo com medidas que devem ser tomadas sempre que há sinais da doença.

As intervenções devem ser feitas nas primeiras seis horas do quadro e incluem a administração intensiva de líquidos e soros e a terapia adequada com antibióticos. "Mas, infelizmente, nem sempre o diagnóstico precoce e o tratamento correto evitam a morte do paciente", avisa.

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