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25/09/2008 - 18h28

Tempo de espera é slogan da nova campanha de transplantes de órgãos no Brasil

Claudia Andrade
De Brasília
A campanha de doação de órgãos lançada nesta quinta-feira (25) pelo Ministério da Saúde traz como garotos-propaganda três pessoas que tiveram órgãos transplantados. As peças publicitárias destacam a importância do tempo para quem aguarda uma doação. "Tempo é Vida" é o slogan da campanha.

O Ministério da Saúde lançou nesta quinta-feira (25) uma série de ações para aumentar o número de doadores de órgãos e tornar mais transparente o sistema de transplantes no país. O pacote prevê, entre outras medidas, aumento na remuneração das equipes envolvidas em todas as etapas do procedimento - com isso, o governo calcula um impacto de R$ 60 milhões nos gastos com transplantes - e a criação de grupos especializados na busca de órgãos. Leia mais
PACOTE DE INCENTIVO
Domingos Cunha, que há seis meses vive com o coração de um doador, sofreu durante 35 anos com a doença de chagas. Ele deu seu depoimento durante a cerimônia realizada em Brasília: "Eu cheguei a andar de cadeira de rodas, fiquei totalmente dependente de terceiros. Coloquei marca-passo, mas não deu resultado. Agora estou aqui, vendendo saúde. Corro, dirijo, viajo, subo escada correndo, tenho uma vida normalíssima".

A campanha também mostra Marilda Lima, que passou por transplante de córneas há um ano, e Daniel Ribeiro, que se submeteu a uma cirurgia de transplante de rins e ficou livre da hemodiálise.

Os anúncios para a população geral destacam que, para ser doador, não é necessário deixar nada por escrito, basta avisar a família. Também foi preparado um anúncio para incentivar o profissional de saúde a identificar um possível doador.

Este trabalho também poderá ser feito pela OPOs (Organização de Procura de Órgãos). Criada pelo Ministério da Saúde, as OPOs serão compostas por médicos que irão se dedicar a localizar possíveis doadores e repassar a informação para as instituições hospitalares. Cada grupo será responsável por uma área geográfica, com vários hospitais.

Na prática, as OPOs farão uma ponte entre as centrais estaduais de transplante e as comissões que ficam nos hospitais. A utilização destes grupos de trabalho, contudo, não será obrigatória. Caberá a cada Estado decidir pela necessidade ou não de ter uma OPO e quantos profissionais devem se dedicar ao trabalho. A verba para montar a equipe será liberada pelo Ministério da Saúde.

No Brasil existem atualmente 71.349 pacientes em lista de espera de transplante. No primeiro semestre deste ano houve 2,6 mil notificações de morte encefálica, mas apenas 560, ou 21,16% se tornaram doações de órgãos.

O país contabilizava, até junho deste ano, 5,91 doadores de órgãos por milhão de habitantes. A Espanha, que é considerada modelo mundial nesta área, tem 35 doadores por milhão de habitantes.

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