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01/04/2008 - 15h51

Dengue: postos de saúde precisam estender horário de funcionamento, defende Ministério

Claudia Andrade
Em Brasília
O atendimento ao paciente nos estágios iniciais da dengue foi um dos pontos de destaque de audiência pública realizada nesta terça-feira na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado.

Para melhorar o serviço ao paciente, os postos da rede básica de atenção à saúde deveriam ficar abertos também aos finais de semana, além de ampliar o horário de funcionamento nos dias úteis. O apelo foi feito pelo secretário-adjunto de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Fabiano Pimenta Júnior.

"Uma hidratação pode demorar até seis horas. Hoje, se uma criança chega a um destes postos às quatro horas, não vai ser hidratada ali, vai ser referenciada para outro local. Se o funcionamento fosse até as dez da noite, por exemplo, ela poderia receber atendimento ali no posto mesmo", exemplifica o secretário-adjunto.

DENGUE NO RIO
Sergio Moraes/Reuters
População espera por atendimento em hospital de campanha montado no Rio de Janeiro pelas Forças Armadas para dar conta dos casos de dengue no Estado.
SAÚDE LIBERA R$ 3 BI PARA RJ
SOBE VENDA DE REPELENTES
FALTA MÉDICO EM TENDA
HOSPITAL MILITAR VIVE CAOS
CORTE DE VERBAS
Outro problema decorrente da limitação dos horários dos postos, segundo Pimenta, é que os hospitais ficam superlotados. "Os postos precisam abrir aos finais de semana para não sobrecarregar os hospitais". Para ele, a sociedade carioca deve ajudar a pressionar pela abertura dos postos.

O secretário-geral da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Pedro Luiz Tauil, lembrou que em Niterói, a questão do atendimento já é tratada da forma ideal. "Em Niterói, as pessoas com suspeita de dengue tinham acesso 24 horas aos serviços de saúde. Elas passavam por uma triagem e iam para o soro ou internação, dependendo do caso".

Resposta

Com relação ao apelo feito pelo secretário-adjunto de Vigilância em Saúde, a Secretaria Municipal de Saúde do município do Rio informou, por sua assessoria de imprensa, que já coloca 21 unidades, sendo cinco postos de saúde, à disposição da população 24 horas. Afirmou, também, que "está trabalhando de forma intensa para possibilitar, em breve, o funcionamento de mais unidades de saúde nos fins de semana".

Pediatras

Também para reforçar o atendimento, a secretaria de Estado da Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro pediu que 154 pediatras de outros Estados fossem deslocados para a capital fluminense para ajudar no atendimento aos pacientes. Conseguir estes profissionais, no entanto, está sendo difícil, segundo Jurandi Frutuoso, secretário-executivo do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

"Não está fácil conseguir pediatras. Os Estados dizem que não têm como disponibilizar estes profissionais. Mas o Rio de Janeiro conta com a solidariedade neste momento", disse, durante o encontro no Senado, acrescentando que uma reunião com representantes do Conass e do Ministério da Saúde está marcada para esta quinta-feira, no Rio de Janeiro, e deverá tratar destes temas.

Outro assunto que está previsto para ser discutido é o futuro das ações de combate à dengue no Rio. "É preciso somar esforços para garantir a continuidade das ações em um ambiente de eleição, como o deste ano, para que os próximos governos mantenham os trabalhos", ressaltou Fabiano Pimenta.

Números

O Ministério da Saúde trabalha com um número oficial de 48 mortes causadas pela dengue este ano, em todo o país. O número informado pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, no entanto, é de 67 mortes (sendo 44 na capital). Segundo o secretário-adjunto de Vigilância em Saúde, a diferença deve-se ao fato de que o ministério considera apenas casos confirmados.

"É lógico que a estatística é maior", admitiu Fabiano Pimenta, explicando que o dado oficial pode demorar até 60 dias para chegar ao Ministério da Saúde, pela necessidade de investigação da causa da morte e pelo próprio tempo de tramitação dos dados.

O secretário-adjunto apresentou números sobre a situação da dengue nas regiões brasileiras nos dois primeiros meses deste ano, destacando a queda de 27,05% em relação ao mesmo período do ano passado. Em números absolutos, foram notificados 98.787 casos este ano, contra 135.425 casos em 2007. As regiões Sul e Centro-Oeste tiveram queda de 56,88% e 79,06%, respectivamente.

No Sudeste, houve aumento de 4,85% nos casos notificados, que chegaram a 40.279. A contribuição maior foi do Estado do Rio de Janeiro, que apresentou um crescimento de 211,09%, passando de 10.464 para 32.552 casos. A incidência na população geral, contudo, foi considerada média, com 206,8 casos a cada 100 mil habitantes.

O Estado com a maior alta foi o Amazonas, que registrou 282 casos nos primeiros dois meses do ano passado e, em 2008, chegou a 3.080 (aumento de 992,20%). A incidência na população, no entanto, foi considerada baixa pelo Ministério da Saúde, pois não atingiu os 100 casos a cada 100 mil habitantes.

A região norte inteira contabilizou 19.747 casos de dengue nos primeiros meses deste ano. No Nordeste, foram 23.808 casos. No Centro Oeste foram 11.905 (contra 56.840 no ano passado), e o Sul registrou 3.048 casos em 2008.





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