O número de transplantes de órgãos no Brasil aumentou 44% nos últimos seis anos, segundo o Ministério da Saúde. A proporção aumentou de 56,41 transplantes/milhão de habitantes, em 2001, para 81,09 transplantes/milhão de habitantes, em 2007.
Os resultados refletem a melhora na infraestrutura para realização dos procedimentos, mas não o aumento na captação de órgãos, como explica o coordenador nacional do Sistema de Transplantes Abrahão Salomão Filho.
TRANSPLANTES NO BRASIL |
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2001 | 56,41/ milhão de hab. |
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2002 | 58,57/ milhão de hab. |
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2003 | 65,65/milhão de hab. |
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2004 | 71,47/ milhão de hab. |
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2005 | 77,44/milhão de hab. |
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2006 | 79,01/milhão de hab. |
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2007 | 81,09/milhão de hab. |
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"Há uma evolução natural, à medida que as equipes assimilam mais conhecimento, as técnicas cirúrgicas se desenvolvem e há mais hospitais credenciados para a realização de transplantes", explica Salomão Filho. O diagnóstico de morte encefálica, segundo ele, também evoluiu devido ao acesso a equipamentos mais sofisticados.
DoaçõesOs dados do Sistema de Transplantes indicam que o número de doações de órgãos vem aumentando. Houve 6,2 doadores/milhão de habitantes em 2007. O levantamento revela um avanço em relação aos quatro anos anteriores, quando o índice estava abaixo de 6 doadores/milhão de habitantes.
Um dos fatores que contribuíram para o "apagão", segundo o coordenador, foi a polêmica lei de doação presumida (9.434/1997), que levou muita gente a declarar a condição de não-doador no documento de identidade por receio de ter os órgãos removidos de forma indevida. Em 2001, a lei foi revogada e o consentimento da família voltou a ser obrigatório.
A tendência, de acordo com o Ministério, é que haja 10 doadores/milhão de habitantes nos próximos quatro anos. A Espanha, considerada referência mundial, tem 35 doadores/milhão de habitantes.
EstruturaFILA DE ESPERA Fonte: Ministério da Saúde |
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Rim | 34.108 |
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Córnea | 24.611 |
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Fígado | 6.452 |
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Rim/pâncreas | 557 |
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Coração | 313 |
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Pâncreas | 183 |
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Pulmão | 136 |
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Atualmente, o Ministério da Saúde conta com 860 unidades hospitalares e 1.200 equipes credenciadas em todo o país. A maior parte dos transplantes é feita nas regiões Sul e Sudeste, embora a expansão tenha começado. Em 1998, o Nordeste representava 8% do total de transplantes realizados no Brasil. Em 2007, o índice subiu para 13,8%. A região Norte, que representava 0,02% do total em 1998, hoje representa 1,44%.
O Estado de São Paulo foi o que mais fez transplantes em 2007 (178/milhão de habitantes), seguido do Paraná (119/milhão de habitantes) e do Mato Grosso do Sul (100/milhão de habitantes). Dentre os procedimentos mais realizados estão o de córnea, considerado o mais simples. Em seguida está o de rim, uma vez que a captação pode ser feita por doadores vivos.
Fila de esperaO órgão mais aguardado na lista de espera é o rim - em dezembro de 2007 havia 34.108 pessoas na fila. A segunda maior fila é a de pacientes que precisam de córnea (24.611 indivíduos). Em terceiro, está a do fígado, com 6.452 pessoas.