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02/07/2007 - 10h16

Fumo pode matar 1 bilhão neste século, diz OMS

Por Ed Cropley
BANGCOC (Reuters) - Um bilhão de pessoas vão morrer vítimas de doenças relacionadas ao fumo neste século caso países ricos e pobres não se mobilizem contra o tabagismo, disseram na segunda-feira diretores da Organização Mundial da Saúde (OMS).

"O tabaco é um produto defeituoso. Mata metade dos seus consumidores", disse Douglas Bettcher, diretor da Iniciativa Sem Tabaco, da OMS, no início de uma conferência internacional em Bangcoc que pretende traçar um plano mundial contra o cigarro.

"Ele mata 5,4 milhões de pessoas por ano, e metade dessas mortes acontece em países em desenvolvimento. É como um (avião) Jumbo caindo a cada hora", afirmou.

O tabagismo está crescendo em muitos países em desenvolvimento, especialmente entre adolescentes, e por isso o número anual de mortos deve subir para 8,3 milhões nos próximos 20 anos, segundo Bettcher.

Por outro lado, se os governos introduzirem medidas como aumento de impostos, proibição de propaganda e proibição do fumo em lugares públicos, a taxa de mortalidade relacionada ao tabagismo pode cair pela metade até 2050, disse ele.

"É uma epidemia completamente evitável", disse Bettcher, citando países como Cingapura, Austrália e Tailândia, cujas duras leis antifumo ajudaram as pessoas a largar o hábito. "Se fizermos isso, até 2050 podemos salvar 200 milhões de vidas."

Autoridades de 147 países participam da conferência, que pretende em uma semana definir leis contra a publicidade internacional do fumo --na Fórmula 1, por exemplo-- e contra o contrabando de cigarros.

Segundo a Aliança da Convenção-Quadro, que reúne centenas de organizações antifumo, cerca de 600 bilhões de cigarros (11 por cento do consumo mundial) foram contrabandeados em 2006.

Além de manter os preços baixos e estimular a demanda, o contrabando também priva os governos de mais de 40 bilhões de dólares por ano em arrecadação tributária, segundo a entidade.

Na Tailândia, a incidência do tabagismo caiu de 30 por cento da população, em 1992, para 18 por cento, o que as autoridades atribuem à proibição total da publicidade de cigarros nos últimos 15 anos.

"Os remédios mais importantes no controle do tabaco são: número 1: aumento de taxas; número 2: proibição de anúncios; e número 3: lugares públicos livres do tabaco", disse Hatai Chitanondh, do Instituto de Promoção da Saúde da Tailândia.

Além de definir leis internacionais contra a publicidade internacional e o contrabando, a conferência deve também adotar diretrizes para que os países adotem leis sobre o fumo passivo e as áreas livres de cigarro.

Embora essas diretrizes não sejam de cumprimento obrigatório, elas deixaram os ativistas entusiasmados.

"Não há nível seguro de exposição à fumaça do tabaco, e noções como um valor-limite da toxicidade do fumo passivo devem ser rejeitadas por serem contraditas por evidências científicas", diz um esboço do documento.

"Abordagens que não seja a de ambientes cem por cento livres de fumaça, o que inclui ventilação, filtragem do ar e uso de áreas designadas para o fumo, se mostram repetidamente ineficazes."


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