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24/03/2009 - 15h18

Pesquisadora lusa desenvolve novo agente anticancerígeno

Da Lusa
Em Coimbra
Uma equipe internacional de cientistas, liderada por uma pesquisadora da Universidade de Coimbra, desenvolveu um novo agente anticancerígeno que apresenta resultados promissores em relação às propriedades terapêuticas no combate à doença.

"Apresentou resultados muito animadores e promissores, provando ser eficaz no combate à doença com menos efeitos colaterais", disse Maria Paula Marques, que coordena uma equipe de 17 cientistas de vários países.

O agente anticancerígeno, desenvolvido à base de paládio - um elemento metálico utilizado em áreas como a medicina dentária ou odontologia -, foi testado em laboratório, utilizando células humanas saudáveis e cancerígenas.

"Fizemos testes in vitro só em células humanas, um modelo muito mais confiável do que as células animais", declarou.

Os testes passaram pela preparação de dez compostos diferentes derivados da cisplatina - base de muitas das atuais drogas anticancerígenas em uso clínico desde os anos 1970 -, cada um sujeito a um processo demorado de síntese, caracterização e avaliação da sua atividade do ponto de vista biológico e médico.

"É como fazer uma casa em Lego. Vão-se modificando várias peças na casinha para chegar ao melhor resultado final", disse.

A pesquisa levou à obtenção de um agente terapêutico de paládio, em vez da platina, testado em diversos tipos de câncer, como a leucemia, útero, mama ou língua.

"Mostrou ser altamente eficaz ao causar a morte de células doentes, afetando menos células saudáveis", frisou.

A pesquisa é financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), tem aconselhamento médico do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra e envolve especialistas de institutos e universidades de Espanha (Málaga), Reino Unido (Oxford) e Estados Unidos da América (Nova York, Virgína e Minnesota).

Pesquisa

No âmbito da pesquisa, estão sendo realizadas experiências no Roswell Park Cancer Institute, nos Estados Unidos, que visam testar "dentro de alguns meses" a atividade anticancerígena do novo composto em animais, para determinar a relação entre a dose utilizada e a resposta ao tratamento.

A fase seguinte deverá passar pelo desenvolvimento de um novo fármaco que possa entrar em testes clínicos, embora Maria Paula Marques tenha alertado para a necessidade de "mais pesquisa" e "muitos anos de investigação científica" antes da utilização clínica.

"Nos últimos dez anos têm sido estudados milhares de novos agentes contendo platina e paládio e só um chegou, por enquanto, à fase de testes clínicos", afirmou.

Ainda segundo a pesquisadora, a eventual aplicação clínica passa, igualmente, pelo interesse de uma empresa farmacêutica.

"De outro modo é muito difícil", concluiu.

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