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13/04/2009 - 11h45

ANS diz não ter número ideal de cliente de plano por rede credenciada

Da Agência Estado
Em São Paulo
Os planos de saúde privados estão livres para aceitar novos clientes sem ter de ampliar a rede de atendimento. Só no Estado de São Paulo, de 2006 a 2008, mais de 1,2 milhão de pessoas entraram para o sistema privado de saúde. E não há como fiscalizar a qualidade do serviço, pois faltam parâmetros sobre o número ideal de usuários por quantidade de estabelecimentos de saúde credenciados pelas operadoras. Nem mesmo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) sabe dizer se a proporção atual entre usuários dos planos de saúde privados e os equipamentos disponíveis é adequada.

"Hoje, não se sabe qual seria a quantidade ideal de leitos para atender a contento toda a rede de usuários de planos de saúde", admite Ceres Albuquerque, gerente-geral de Informação e Sistema da ANS, justificando que o cálculo seria muito complexo. A agência apurou, em abril, a quantidade de hospitais, clínicas e prontos-socorros privados existentes no Estado de São Paulo. Foi possível constatar que existe, por exemplo, um pronto-socorro especializado para cada 1,4 milhão de segurados. "Pesquisar os estabelecimentos de saúde existentes hoje já é o primeiro passo para que, no futuro, possamos estabelecer um parâmetro e melhorar a regulação do setor", afirma o gerente.

Para Márcio Bichara, secretário de Saúde Suplementar da Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e representante do Conselho Federal de Medicina (CFM), a ausência desse indicador é a principal causa dos problemas que atingem os segurados de planos de saúde. "A maioria das pessoas que tem convênio sabe que a espera nos hospitais e consultórios só aumentou nos últimos anos", afirma Bichara. "E isso acontece porque a quantidade de conveniados cresceu sem que a rede privada de hospitais e clínicas tenha sido ampliada."

Atualmente, com 16,8 milhões de usuários só em São Paulo, não se pode dizer quantos novos hospitais o Estado ganhou nesse período - a ANS não apurou esse dado nos anos anteriores e nenhum outro órgão, público ou privado, parece dispor da informação. "Não há como medir o problema, mas é triste constatar que o segurado de plano de saúde que reclamar de demora no atendimento estará desamparado pela legislação", reconhece Renata Molina,técnica da Fundação Procon-SP. "O máximo que o Procon pode fazer é pressionar a empresa para que ela atenda seu cliente o mais rápido possível."

Demanda

Solange Beatriz Mendes, presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde), argumenta que mesmo sem uma limitação estabelecida pela ANS, não é de interesse das operadoras abarrotar sua rede de atendimento. "Nenhuma empresa vai querer acabar com sua reputação ao deixar seus clientes desassistidos", diz. Para Solange, a rede de atendimento será ampliada se houver demanda. "Os administradores de hospitais só não aumentariam a rede caso não houvesse mesmo clientes suficientes para preenchê-la". A Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) não quis comentar os dados da pesquisa. As informações são do Jornal da Tarde.

AE


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