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25/02/2009 - 12h30

Cientistas do país devem começar 1º estudo clínico de terapia gênica

Da Agência Estado
Em São Paulo
Pesquisadores que fazem parte da Rede de Terapia Gênica, coordenada pelo professor do Instituto de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Rafael Linden, preparam-se para iniciar o primeiro estudo clínico (em seres humanos) de terapia gênica no Brasil. Um grupo do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul, liderado pelo professor Renato Kalil, está começando um ensaio de revascularização do coração com a inserção de um gene que promove a formação de novos vasos sanguíneos. Se os resultados forem positivos, poderá tratar pacientes com isquemia ou que sofreram enfarte e não respondem a outros tratamentos.

Apesar de o país ter anunciado alguns avanços importantes nas pesquisas com células-tronco, a maioria dos laboratórios dos principais centros de pesquisa brasileiros ainda não possui estrutura adequada para esse tipo de estudo. Para melhorá-los, o governo está financiando a construção de oito centros com laboratórios, que devem ficar prontos até 2011.

Segundo a pesquisadora-chefe do Centro de Medula Óssea do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Eliana Abdelhay, as células pluripotentes (que têm a capacidade de se transformar em qualquer tecido do organismo) obtidas pelos pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Inca no início do ano foram produzidas em laboratórios de nível de segurança intermediário. Para ela, deveriam ter sido feitas em salas vedadas e com normas mais rígidas de segurança - em um nível considerado avançado - para evitar contaminação das células em cultura. Leia mais
NOVOS LABORATÓRIOS
A organização em rede foi a forma encontrada pelos pesquisadores de terapia gênica para otimizar os estudos nessa área, que consiste em manipular geneticamente as células, inserindo, removendo ou modificando um gene com finalidade terapêutica. A Rede de Terapia Gênica foi fundada em 2005 com financiamento do CNPq e hoje reúne 27 institutos ou departamentos de instituições de seis Estados.

"A necessidade de trabalhar em rede resulta da grande complexidade, da multiplicidade de técnicas e reagentes que estão em teste, da necessidade de estudos fisiológicos amplos e da variedade de doenças que podem ser alvos de terapia gênica. A rede facilita e acelera a pesquisa nessa área", explica Linden. A rede também poderá oferecer suporte técnico às agências do governo, propondo formatos possíveis de uma regulamentação, ainda inexistente, para controlar e administrar as terapias gênicas. "Essa legislação precisa ser criada, tanto para evitar o uso inadequado das terapias, quanto para controlar a produção e importação de insumos do exterior."

Resultados

Até agora, a rede foi financiada pelo programa dos Institutos do Milênio, que está sendo substituído pelo programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia. Nos primeiros três anos, os principais resultados incluem publicações científicas, algumas patentes e o primeiro ensaio clínico de terapia gênica no país. Investimentos foram também feitos na realização de simpósios, mesas redondas e cursos.

Nos próximos cinco anos, o programa será ampliado, com a inclusão de grupos que usam nanotecnologia para construção de estruturas e novos materiais para introdução de genes e uma maior interface com a área de terapia celular. O desenvolvimento de células-tronco de pluripotência induzida (iPS) com base em células adultas é a interface mais conhecida da terapia gênica com as terapias celulares. Pelo menos quatro ensaios clínicos para doenças isquêmicas devem ser realizados nesse período.

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