São Paulo - O Hospital de Base de São José do Rio Preto, um dos principais centros de transplantes de órgãos de São Paulo, suspendeu os transplantes de fígado por falta de estrutura física e de pessoal. A medida prejudica pelo menos 300 pacientes, cujos casos mais graves - cerca de 50 - foram remanejados para filas de São Paulo, Ribeirão Preto e Campinas.
A suspensão, que havia meses vinha sendo adiada, deve valer por seis meses, até que o HB possa concluir as reformas e treinar novos profissionais. Por conta das dificuldades, o HB reduziu o número de transplantes de fígado em 70%. Em 2007, fez 25 transplantes; em 2008, só 8. Semana passada, o hospital teve de rejeitar um fígado que era doado em São José dos Campos por falta de condições técnicas para fazer a cirurgia.
Segundo o diretor administrativo do HB, Jorge Fares, a situação se agravou em setembro, quando o hospital perdeu a UTI para os pacientes de fígado e parte dos 15 profissionais (médicos, anestesistas, enfermeiros, intensivistas) deixou seus postos. "O trabalho é cansativo, necessita de dedicação por 24 horas, e a remuneração, em muitos casos, é menor do que em outras atividades médicas", afirma.
Ele comenta que a maioria dos receptores do HB é do interior, mas os órgãos têm de ser captados, quase sempre, em regiões distantes; e a sensibilidade do fígado e o tratamento que ele deve receber tornam a atividade mais delicada e trabalhosa em comparação com transplantes de outros órgãos. O hospital espera iniciar neste mês o treinamento de novos profissionais e criar uma nova UTI para o setor. Além de fígado, o HB faz transplantes de coração, medula, rins, córnea e pâncreas, cujos setores, segundo Fares, funcionam bem. As informações são do
Jornal da Tarde.
AE