17/10/2008 - 08h30
Cientistas criam 'chip molecular' que poderá combater doenças
Da Agência Estado
Em São Paulo
Cientistas americanos criaram uma molécula que funciona como um computador dentro da célula: com base nas substâncias que encontra, o dispositivo microscópico "decide" como atuar. O 'chip molecular' poderá ser utilizado, por exemplo, para liberar um remédio ao detectar biomarcadores próprios de um tipo de câncer.
O modelo foi proposto por pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia. No experimento publicado hoje na revista Science, os cientistas inseriram os dispositivos computacionais dentro de células de levedura, programando-os para reagir à presença de duas substâncias dentro da célula - a tetracilina e a teofilina.
Algumas células, por exemplo, receberam "computadores biológicos" que produziam proteína fluorescente verde apenas na presença das duas substâncias. Outras, abrigavam dispositivos programados para reagir apenas quando uma das substâncias estava ausente. Por fim, em outras células, os cientistas conseguiram condicionar a produção da proteína fluorescente à ausência das duas substâncias.
Os pesquisadores utilizaram três estruturas feitas de ácido ribonucléico (RNA) para desenvolver as moléculas inteligentes. O RNA é uma substância importante para o metabolismo celular. Uma fita de RNA mensageiro era responsável pela produção da proteína fluorescente verde. Mas a fita deveria permanecer intacta para que a substância fosse produzida.
A ruptura da fita de RNA mensageiro ficava condicionada à ativação de uma estrutura conhecida como ribozima, também feita de RNA. Por sua vez, a ação da ribozima dependia de outra estrutura chamada aptâmero de RNA. Os aptâmeros eram construídos pelos cientistas de modo a ativar ou desativar as ribozimas segundo a presença (ou ausência) das duas substâncias escolhidas como marcadores - a tetracilina e a teofilina. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.