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30/07/2008 - 10h00

Intoxicação por agrotóxicos aumenta 14% em SP, revela estudo

Da Agência Estado
Em São Paulo
As intoxicações por agrotóxicos em São Paulo aumentaram 14%, revela estudo ainda inédito da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz). Os últimos dados apontam 1.965 envenenamentos acumulados em um ano, uma média de uma ocorrência a cada quatro horas no Estado, frente a 1.688 casos notificados no ano anterior. Desde 2003, é a primeira vez que um índice tão alto de problemas por pesticidas agrícolas é registrado entre os paulistas.

Os dados foram colhidos em 2006 e fazem parte do Sistema Nacional de Informação Toxicológicas (Sinitox) da FioCruz. "A tendência de aumento das notificações serve como termômetro para as irregularidades dos alimentos que chegam à mesa população", alerta a coordenadora do Sinitox, Rosany Bochner. "O fato de termos mais intoxicação indica também que os produtos estão sendo cultivados com mais tóxicos e as frutas, legumes e verduras acabam comercializados com excesso de resíduos".

No país, os intoxicados somaram 9.585, número 17% maior do 2005, quando foram 8.167 casos. A estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que os registros não mostram o real alcance do problema, já que para cada caso notificado, outros 50 não chegam a público. Fazendo as contas, só em SP seriam 96.285 vítimas intoxicadas que não entraram nas estatísticas.

Para a gerente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Letícia Rodrigues, o resultado endossa que a utilização de reagentes tóxicos está excessiva. "O país é o segundo consumidor mundial de agrotóxicos. As análises mostram que, além dos alimentos chegarem ao mercado com excesso de resíduos, os agricultores usam substâncias erradas, o que aumenta o perigo de intoxicação", diz. "A substância funciona na lavoura como o antibiótico no organismo. Se usar errado, perde o efeito."

Os problemas no produtos in natura estão expressados nos índices de reprovação do Programa de Avaliação de Alimentos do governo federal (Para). A maioria das amostras analisadas foi reprovada por excesso de resíduos tóxicos ou utilização de substâncias não recomendadas para a cultura.

Sem alarde

A ressalva é feita pelo coordenador de saúde ambiental da Unicamp, o toxicologista Ângelo Trapé. "Os consumidores podem ficar tranqüilos porque os resultados não configuram risco à saúde e nem a necessidade de suspender o consumo', avalia. 'As quantidades são insuficientes para provocar danos, mas mostram que o controle sanitário deve ser mais incisivo."

Sobre o aumento de intoxicações, José Roberto Da Ros, o vice-presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Defesa dos Produtos Agrícolas reforça que é preciso aumentar as campanhas educativas para os agricultores, "única forma de reduzir os índices." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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