16/04/2008 - 13h25
UFPE lança teste para detectar dengue em 3 minutos
Da Agência Estado
No Recife
Um novo exame, desenvolvido por pesquisadores do Departamento de Física da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foi apresentado hoje com a promessa de levar três minutos para diagnosticar a presença do vírus da dengue no organismo humano.
Fruto de uma pesquisa iniciada há dois anos, o teste ainda precisa da aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A previsão dos pesquisadores é de que após o cumprimento das exigências da Anvisa - que prevê, entre outras coisas, a aplicação do novo modelo em 200 pacientes (que também passarão pelos testes tradicionais e terão os resultados de ambos comparados) - o exame possa ser utilizado por laboratórios públicos e privados de todo o país. Oficialmente, não há um prazo determinado para que isso aconteça. Extra-oficialmente, no entanto, a expectativa dos pesquisadores é de o processo demore cerca de três meses.
De acordo com o professor Celso Melo, coordenador da pesquisa, além da rapidez e precisão, outra vantagem é o custo da novidade. Segundo os cálculos iniciais, o valor unitário dos testes será de aproximadamente R$ 0,50. O material usado pelos pesquisadores é uma nanopartícula fluorescente, um líquido que, adicionado a uma amostra do DNA extraído do sangue do paciente, vai apontar a existência ou não do vírus. Além disso, o exame pode apontar inclusive o subtipo de dengue presente no organismo.
Ainda segundo Celso Melo, após a aprovação da Anvisa, o teste poderá ser usado também para diagnosticar outros tipos de doença. "Com o auxílio do exame, poderemos identificar o DNA de qualquer tipo de vírus ou bactéria. Isso trará benefícios radicais para os tratamentos", sentenciou o cientista. A liberação do teste em escala comercial é vista com expectativa entre especialistas nas áreas de infectologia, pediatria e clínica geral.
"Muitas vezes o ganho de algumas horas pode fazer a diferença entre a vida e a morte de um paciente, especialmente nos casos em que a contaminação se dá pelo tipo hemorrágico", destacou a infectologista Flávia Campelo, do Hospital Oswaldo Cruz, um dos centros de referências no tratamento de doenças infecto-contagiosas em Pernambuco.
Monica Bernardes