09/01/2008 - 16h04
Morte por febre amarela no DF assusta a população
Da Agência Estado
Em Brasília
A morte, ontem, de Graco Carvalho Abubakir, de 38 anos, com suspeita de febre amarela e a notícia de mais um caso suspeito no Distrito Federal ajudaram a aumentar uma corrida aos postos de saúde. Pessoas que nunca haviam sido vacinadas e outras que não lembravam a data da última imunização lotavam centros de atendimento. A Secretaria da Saúde do DF investiga ainda a morte de um homem, no dia 5, mas há fortes indícios de que se trata de hantavirose e não febre amarela.
Despreparados para a corrida pela vacina, funcionários dos postos agiam ontem como se fosse um dia normal. Muitos deles, às 10 horas, interrompiam o atendimento para se concentrar nas pessoas que já estivessem na fila e, com isso, garantir o horário do almoço. No posto de saúde da Quadra Interna 23 do Lago Sul, quatro carros da polícia foram chamados para acalmar os ânimos da população. "Foi um exagero. As pessoas reclamavam, mas com razão. É inacreditável o posto encerrar o atendimento às 10 horas", afirmou Isabel Pojo do Rego, de 52 anos, que foi com o neto, Rafael, vacinar-se contra a doença.
"É um exagero. Não tem caso de contaminação na cidade. Claro que todos têm de ter vacina em dia, mas um dia a mais, outro a menos, não fará diferença", justificou a médica do posto do Lago Sul Sílvia Magalhães. O subsecretário de Atenção à Saúde do Distrito Federal, Milton Menezes, concorda. "As pessoas estão assustadas. Muitas já estão vacinadas e querem reforço, o que é um erro", observou. Ele admite, no entanto, a necessidade de se adaptar à forma do atendimento.
A morte de Abubakir também evidenciou a dificuldade de se colocar em prática medidas preventivas contra a doença. Embora alertas sobre a necessidade de vacinação tenham sido feitos logo após o Natal, quando macacos morreram no DF, somente ontem, com a notícia da doença de Abubakir, a população procurou os postos.
Abubakir foi internado na sexta-feira no Hospital Santa Luzia. Chegou com sintomas de febre amarela, mas com bom estado de saúde. Na noite do mesmo dia, ele já respirava por aparelhos. Morreu na tarde de ontem. Só com o resultado dos exames será possível afirmar se Abubakir foi infectado pelo vírus da febre amarela.
No feriado de ano-novo, Abubakir havia viajado para Pirenópolis, uma cidade a 150 km de Brasília, cujo principal atrativo são passeios em cachoeiras. No dia em que ele viajou, o Distrito Federal havia iniciado um esforço extra para imunizar a população. A medida havia sido desencadeada depois da morte dos macacos, no Parque Nacional de Brasília, freqüentado por milhares de pessoas em todos os fins de semana. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.