Falta de proteção. Para especialistas em saúde pública e infectologistas, as mortes causadas por febre amarela no país revelam que a população se lembra do problema apenas quando esses casos começam a aparecer com maior freqüência. "Conseguimos uma cobertura vacinal alta nas crianças, mas o mesmo não acontece entre os adultos", diz José Cerbino Neto, infectologista e especialista em vacinas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio.
Causada por um vírus do gênero Flavivírus, a doença tem como sintomas febre alta, dor de cabeça e lombar, náuseas, vômito, prostração e calafrios. A vacina para a febre amarela está disponível durante todo o ano nos postos de saúde. O mesmo acontece com as vacinas contra a rubéola e caxumba, que fazem parte do calendário oficial de vacinação do Ministério da Saúde. Ainda assim, o Brasil continua tendo casos dessas doenças.
Desde 1942, nenhum caso de contágio de febre amarela é registrado em áreas urbanas. Os especialistas, no entanto, não descartam a possibilidade de isso acontecer em breve.
Nas áreas silvestres existem dois vetores para a doença: os mosquitos dos gêneros
Haemagogus e
Sabethes. Nas cidades, no entanto, a transmissão é feita por um mosquito mais conhecido da população: o
Aedes aegypti - o mesmo vetor da dengue. "O risco para as cidades existe, pois o mosquito da dengue está presente em praticamente todas as áreas urbanas do País", diz Cerbino.
Cautela O infectologista e professor da Universidade de São Paulo (USP) Vicente Amato Neto recomenda cautela à população, mas não vê motivos para alarme. "Temos as regiões endêmicas como o Norte e Centro-Oeste do país e a área de transição que abrange parte da Bahia, Minas, São Paulo e Paraná. Mas a febre amarela, por enquanto, é apenas silvestre e pode ser prevenida com a vacina que tem uma proteção muito boa", explica.
O Estado de São Paulo começa nesta semana a campanha de reforço da vacinação contra a febre amarela. Todas as pessoas que forem viajar para as áreas consideradas de risco, como as regiões Norte e Centro-Oeste estão sendo orientadas a se imunizar nos postos de saúde com pelo menos dez dias de antecedência à viagem.
A vacina contra a febre amarela é gratuita e tem validade por dez anos. Além de postos em todo o Estado, a vacina está disponível nos terminais rodoviários Barra Funda e Tietê, nos aeroportos de Congonhas e Guarulhos, no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Hospital das Clínicas de São Paulo e no Instituto Pasteur. As informações são do jornal
O Estado de S.Paulo.