Uma nova pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, dá credibilidade à ideia de que o riso evoluiu de um ancestral comum entre os primatas, segundo artigo publicado na revista "Current Biology".
Pesquisadores de primatas trabalham há muito tempo com a hipótese de que muitos dos comportamentos observados nos humanos têm a sua base em uma linhagem primata.
Estudos registraram que o som que alguns macacos emitem quando são submetidos às cócegas é similar ao som feito quando eles estão brincando, e que, acusticamente, eles compartilham características do riso humano.
"Nós temos vários estudos mostrando que o riso humano está profundamente enraizado na biologia humana, porque, por exemplo, está presente em várias culturas, em crianças surdas e cegas", explicou a pesquisadora chefe do projeto Marina Davila-Ross, da Universidade de Portsmouth.
"Existem muitas afirmações de que esses sons têm sua base antes do surgimento dos humanos".
CócegasPara comprovar a afirmação, os pesquisadores fizeram cócegas em 22 primatas jovens de várias espécies e três humanos e analisaram acusticamente o som das risadas. Foram realizadas mais de 800 gravações do riso estimulado.
Muitas das características das frequências dos risos - como as frequências centrais e de pico, e as variações de frequências dentro de casa riso -, eram similares durante as gravações.
Por outro lado, as diferenças mostraram um possível indício de um ancestral comum.
A risada humana é mais parecida com a dos primatas mais próximos em termos de evolução, como os chipanzés e os bonobos. Elas apresentam uma série mais longa de risos, cada uma interrompida por pequenos intervalos.
Em comparação, os orangotangos, primatas mais distantes do homem, não registram tantas tonalidades em suas cordas vocais como os humanos.