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15/05/2007 - 19h28

Líderes de cidades do mundo pedem ação contra o aquecimento climático

Por Catherine Hours
NOVA YORK, 15 mai (AFP) - Os participantes da "C40", conferência das metrópoles mundiais dedicada ao clima, pediram nesta terça-feira, em Nova York, que as cidades se unam e se coloquem na vanguarda da luta contra o aquecimento global.

"As cidades geram três quartos das emissões de gás carbônico. Devemos agir", disse o presidente da "C40" e prefeito de Londres, Ken Livingstone, ao inaugurar a reunião, que reúne representantes de 46 metrópoles, dos quais 35 prefeitos, do Cairo a Xangai, de Los Angeles a Paris, do Rio a Bangcoc. "Quaisquer que sejam os debates em curso no âmbito dos nossos governos, nós, as cidades, não vamos esperar", continuou Livingstone, que já em 2003 criou um pedágio para a entrada de carros no centro de Londres.

"A mudança climática é, inegavelmente, a principal ameaça para o futuro da humanidade... Não se trata de viver pior, mas de viver menos no desperdício", acrescentou o prefeito londrino, que em outubro de 2005 foi o anfitrião da primeira edição desta conferência de prefeitos, que reuniu representantes de 18 metrópoles.

Livingstone, que qualificou esta "C40" como a "reunião mais importante" à que pensa assistir este ano, pediu a união dos municípios para fazer frente ao desafio.

"A meta desta cúpula é obter uma massa crítica" para evitar esta situação "catastrófica".

O encontro de Nova York, organizado com o patrocínio do prefeito da cidade, Michael Bloomberg, e da Fundação Clinton, do ex-presidente americano Bill Clinton, deve abordar até a quinta-feira temas cruciais, como o transporte e os benefícios econômicos das ações ambientais.

Em seu discurso, Bloomberg fez uma declaração dura aos governos: "se eles não agirem, nós (prefeitos) agiremos. Vergonha para eles, mas não podemos ficar assim... Não precisamos de novas tecnologias, mais de vontade política".

"O tempo de debates acabou, agora é hora de agir", disse Daniel Doctoroff, vice-prefeito de Nova York, ao avaliar o caminho percorrido.

"A informação está melhor apresentada para o público e inclusive aqui, nos Estados Unidos, as coisas começam a mudar", acrescentou. "No ano passado, pela primeira vez, não nevou no Central Park em dezembro. E observamos o nível do mar desde os anos 1900 e vimos que subiu", disse.

Doctoroff explicou que o projeto ambiental de Nova York, concebido a princípio para administrar o aumento da população, foi se tornando um projeto de luta contra o aquecimento global.

"Quando os governos nacionais não lideram (a luta), as cidades devem fazê-lo", disse, por sua vez, o prefeito de Toronto, David Miller.

Durante o encontro, várias cidades anunciarão planos para reduzir suas emissões de gases estufa, informaram os organizadores, que também prometeram o anúncio de "importantes iniciativas globais".

Várias empresas estão representadas no evento, entre elas GE, JP Morgan Chase, Deustsche Bank, Shell, Siemens, Time Warner e Swiss Re, para discutir soluções tecnológicas e financeiras.

Segundo a ONU, cerca de 80% dos gases estufa que geram o aquecimento global provêm das cidades (a metade, de combustíveis fósseis utilizados no transporte e a outra metade, da energia usada por edifícios e aparelhos domésticos). Atualmente, 50% da humanidade vivem em centros urbanos, um percentual que, segundo estimativas, será de 75% até 2030, devido à urbanização galopante dos países em desenvolvimento.

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