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09/06/2009 - 08h00

Tratamento contra síndrome do pânico é efetivo, mas requer tempo

Chris Bueno
Especial para o UOL Ciência e Saúde
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Musculação pode deflagrar ataques de pânico em pessoas que sofrem do transtorno
Uma das maiores agonias de quem sofre de transtorno do pânico é a dificuldade de diagnóstico. A pessoa acredita que tem um problema cardíaco, e procura o cardiologista. Quando os exames dão negativo, acaba ouvindo do médico que se trata de estresse. Por outro lado, há quem sofra de uma crise de ansiedade e imagine logo estar com pânico.

Especialistas esclarecem que ter uma crise nervosa não é sinônimo do transtorno. "O diagnóstico é baseado na existência de três grupos de sintomas: os ataques recorrentes e inesperados, a ansiedade antecipatória (preocupação persistente com a ocorrência de novas crises), e a esquiva fóbica, ou seja, evitar lugares em que a crise tenha ocorrido, pelo período de pelo menos um mês", aponta Ricardo Muotri, pesquisador do Ambulatório de Ansiedade da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

A boa notícia é que o transtorno do pânico é tratável e curável. Em geral, a abordagem é multidisciplinar e envolve psicoterapia, medicamentos e exercícios físicos. "Quase todos os sintomas desaparecem no início do tratamento, porém o período de manutenção é longo", relata Fernando Mineiro, coordenador do Grupo de Apoio aos Portadores do Transtorno do Pânico (Grupan) e portador da síndrome do pânico por 44 anos.

Após o tratamento e sua melhora, Mineiro escreveu o livro "Tenho síndrome do pânico, mas ela não me tem", para contar sua experiência e ajudar outros pacientes a superarem o problema. Ele afirma que, apesar dos sintomas desaparecerem rapidamente com o tratamento adequado, é preciso continuar com o medicamento e com a terapia evitar recaídas. Depois, a pessoa passa para uma fase de controle, somente com exercícios de respiração e relaxamento, além de alterações no modo de viver.

Evitar ao máximo situações estressantes e procurar um estilo de vida mais leve são atitudes essenciais, pois mesmo pessoas consideradas "curadas" podem sofrer uma nova crise de pânico ao longo dos anos.

"A taxa de melhora no pânico é muito alta, mais de 80%; entretanto as crises podem voltar ao longo dos anos, mesmo em casos bem tratados", explica o psiquiatra Márcio Bernik, coordenador do Ambulatório de Ansiedade da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Apesar da possibilidade de uma nova crise mesmo com a terapia, o que não pode acontecer é ficar sem tratamento. "Casos não tratados não curam sozinhos e evoluem muito mal", afirma o psiquiatra.

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