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09/06/2009 - 08h00

Entenda o que ocorre com o corpo durante uma crise de pânico

Chris Bueno
Especial para o UOL Ciência e Saúde
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Musculação pode deflagrar ataques de pânico em pessoas que sofrem do transtorno
Quando uma pessoa tem uma crise de pânico ela sente como se estivesse em uma situação de perigo, ou diante de uma ameaça. Só que isso acontece quando não há uma situação de perigo real: a pessoa pode estar tranquila em casa, no cinema, em uma aula, num bar com os amigos, sem nada que represente uma ameaça por perto.

De forma indevida, a amígdala - mecanismo de alerta e defesa do cérebro que prepara o indivíduo para a fuga ou luta - é acionada. A mente e o corpo saem de sintonia: a mente não reconhece a situação de perigo, mas o corpo sente-se ameaçado. A ansiedade faz com que o organismo libere adrenalina, a pessoa entra em pânico e cria-se um círculo vicioso.

Esse quadro faz com que a pessoa tenha taquicardia (aceleração dos batimentos cardíacos), falta de ar, boca seca, tremores, suor excessivo, mal-estar na barriga ou no peito, sensação de sufocamento e tonturas. Algumas pessoas sentem vertigem, náuseas e chegam a desmaiar. Muitas pensam se tratar de um ataque cardíaco e procuram o médico.

A intensidade da crise faz com que a pessoa ache que está morrendo - ou enlouquecendo. Como no caso da bancária OCM, de 41 anos, que teve o transtorno há mais de 10 anos. "Quando tive problemas fiquei com as pernas paralisadas, o coração muito acelerado e uma sensação muito forte de que iria morrer", conta.

Quem sofre de transtorno do pânico continua sentindo desconforto mesmo depois de um ataque, pelo simples medo de experimentar essas sensações novamente e não saber quando elas acontecerão. Essa ansiedade, além de poder desencadear uma nova crise, compromete a qualidade de vida da pessoa, que muitas vezes deixa de fazer atividades rotineiras (como ir ao trabalho ou à escola, ou mesmo sair de casa) por medo de ter um ataque em um local em que não se sinta segura.

"As primeiras crises costumam vir 'do nada'. Posteriormente, elas passam a ser associadas ao local onde ocorreram e as pessoas começam a desenvolver o medo de ter medo, de sair de casa", explica Savóia.

Prevalência

Pesquisas apontam que 10% da população mundial já teve pelo menos uma crise de pânico na vida, porém apenas 3,5% desenvolvem a forma clínica da doença. Mulheres são até quatro vezes mais propensas a desenvolver o transtorno. Filhos de pessoas com a doença também têm risco aumentado de ter o problema.

O que mais chama a atenção dos médicos, porém, é a faixa etária em que o transtorno é mais comum: entre 20 e 35 anos, ou seja, jovens adultos. Dificilmente uma criança ou um idoso terá uma crise de pânico. "Hipóteses apontam que a incidência se deve ao fato de que, nesta fase da vida, as pessoas estão em pleno ápice de seu desempenho profissional, com relacionamento familiar e vida social extremamente ativos, o que acarretaria um estresse emocional maior", aponta Ricardo Muotri, pesquisador do Ambulatório de Ansiedade da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

OCM concorda com a hipótese: "Me sentia muito pressionada na época, com meu aperfeiçoamento na faculdade e com meu trabalho. Eu me cobro muito, e achava que não conseguiria dar conta de tudo, e sentia como se estivesse perdendo o controle da situação".


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