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19/05/2009 - 13h06

Vírus da hepatite B é 100 vezes mais contagioso que o da Aids

Do UOL Ciência e Saúde
Em São Paulo
Uma em cada 30 brasileiros tem hepatite B ou C, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a grande maioria não tem conhecimento. O alerta é feito por especialistas nesta terça-feira (19), Dia Mundial das Hepatites Virais. O grande problema é que, como a doença raramente gera sintomas, metade dos portadores acaba desenvolvendo cirrose e câncer hepático.

A hepatite C é, atualmente, uma das doenças que mais assustam as autoridades mundiais de saúde por causa de seu avanço. Ela pode passar de 10 a 20 anos lesando o fígado, sem dar qualquer sinal de existência. Muitas vezes, quando a icterícia - característica típica das doenças hepáticas, que deixa pele e olhos amarelados - aparece, o organismo já está muito comprometido, sem possibilidades de tratamento.

Por isso, a hepatite C é a maior causa de transplantes de fígado no Brasil. "Estimativas revelam que hoje podem existir no mundo cerca de 170 milhões de pessoas infectadas pelo vírus da hepatite C", diz o hepatologista Hoel Sette Junior. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), de cada 100 pessoas contaminadas com o vírus da hepatite C, 80 podem se tornar portadoras crônicas da doença. Leia mais
CAUSA DE TRANSPLANTE
UM EM CADA 30 BRASILEIROS TEM HEPATITE B OU C
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Em todo o mundo, as hepatites B e C atingem 520 milhões de pessoas, número 13 vezes maior que o de infectados pelo vírus da Aids. Transmitido também por contato sexual, o vírus do tipo B é 100 vezes mais contagioso que o HIV. Já o vírus do tipo C é adquirido com mais frequência por meio de sangue e derivados. Ambas as doenças também podem ser transmitidas por objetos pérfuro-cortantes, como alicates de cutícula e instrumentos de tatuagem que não foram devidamente esterilizados.

"Apenas de 20% a 30% dos pacientes com hepatite viral apresentam sintomas na fase aguda, por isso é difícil fazer o diagnóstico", explica o médico Giovani Faria Silva, professor de gastroenterologia da Faculdade de Medicina de Botucatu (SP). Muitas vezes o organismo, sozinho, combate os vírus, mas a doença pode se tornar crônica em 5% dos casos, em relação à hepatite B, e em até 80% quando a infecção é pelo tipo C.

Muitos casos hoje diagnosticados de hepatite C foram adquiridos por transfusões sanguíneas feitas antes de 1993, quando a doença não era rastreada no sangue e hemoderivados provenientes de doações. Outra forma comum de transmissão era o uso de seringas não descartáveis. "Até hoje recebemos pacientes que eram jogadores de futebol, nas décadas de 70 e 80, e contraíram a doença pelas aplicações de multivitamínicos com seringas de vidro", conta Raimundo Paraná, chefe do setor de hepatologia da Universidade Federal da Bahia e presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia.

O tratamento da hepatite C é feito com interferon peguilado e ribavirina e dura aproximadamente 48 semanas. As chances de cura variam de 40% a 90%, segundo o médico. Já para a hepatite B ainda não existe cura, apenas controle constante da carga viral. No entanto, o vírus do tipo B pode ser prevenido com a vacina, que faz parte do calendário infantil desde 1998.

Paraná ressalta que o tratamento disponível no SUS (Sistema Único de Saúde) para a hepatite B, a lamividina, pode gerar resistência em 80% dos casos após cinco anos de uso. Segundo o o coordenador do Programa Nacional para a Prevenção e o Controle das de Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Ricardo Gadelha, o novo protocolo que inclui outros medicamentos deve entrar em vigor no segundo semestre.

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