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26/03/2009 - 23h50

Reposição hormonal: fazer ou não fazer?

Por Cristina Almeida
Especial para o UOL Ciência e Saúde
Se o envelhecimento é inevitável para todos, é implacável para as mulheres. Aos homens, a fertilidade até a idade muito avançada. Às mulheres, o fim da idade fértil por volta dos 49 anos, e a convivência forçada com os sintomas conseqüentes à ausência dos estrógenos produzidos pelos ovários, o chamado o hipoestrogenismo: calores (fogachos), seguidos de uma sudorese desagradável, irritabilidade, dores musculares e articulares, depressão, atrofia de pele, e do aparelho urogenital e alteração da sexualidade.

Um novo estudo da Sociedade Americana de Câncer com 68.369 mulheres na pós-menopausa reduz o período de segurança para o uso da TRH (Terapia de Reposição Hormonal) combinada (estrógeno mais progesterona) de cinco para dois anos. A utilização além desse tempo aumenta o risco de câncer de mama, segundo a pesquisa, que foi publicada na revista "Cancer". Leia mais
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Para o ginecologista Mauro Haidar, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), especialista em climatério, fatores hereditários são fundamentais para a determinação e evolução do envelhecimento, assim como a dieta diária. Essa seria a explicação para o fato de que, para algumas mulheres, os desagradáveis sintomas da menopausa não são tão evidentes.

A alternativa para que esse rito de passagem seja o menos penoso possível é a reposição hormonal. Haidar diz que o ideal é que a terapia aconteça com o apoio de especialistas multidisciplinares: "Na primeira consulta deveriam participar médicos, psicólogos, fisioterapeutas, enfermeiras e professores de educação física. Isso porque as pacientes necessitam de todas as informações possíveis sobre esse novo momento de suas vidas."

Segundo o ginecologista, o estilo de vida e a terapia hormonal andam de braços dados no envelhecimento feminino. Cita como exemplo as orientações disponíveis na unidade de tratamento que dirige, que vão desde o tipo de calçado a ser utilizado (para evitar ou diminuir o risco de quedas, fraturas de braços e bacia), até os exercícios físicos adequados, tudo para garantir o bem estar físico e mental nessa fase.

Uma decisão da mulher

Mesmo diante de tantas controvérsias sobre a reposição hormonal, quem decide se é ou não o caso de fazê-la é a própria paciente. Haidar ressalta a importância do profissional esclarecer sobre o caráter preventivo do tratamento, que deve ter início da chamada transição menopausal (onde iniciam os primeiros sinais e sintomas da deficiência ovariana).

"A mulher precisa se sentir segura com as orientações médicas, ter certeza de que a terapia será personalizada, assim como deve ter ciência de que o tratamento é sempre preventivo e não curativo", expõe o médico.

O especialista não nega que existam contraindicações à reposição hormonal, e reforça o fato de que a terapia requer cuidados especiais entre as mulheres com tumores hormônio-dependentes, como o câncer de mama. Mas, na sua opinião, quando a terapia é adequadamente aplicada, os benefícios são maiores do que as desvantagens que ela possa ocasionar.

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