Em vilarejos pobres, esforços com pouca tecnologia podem evitar insetos e doenças

Por Donald G. McNeil Jr.
The New York Times

Há muito se sabia que a malária pode ser combatida pela drenagem de pântanos e pavimentação de estradas. No entanto, um novo estudo de cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) sugere que remédios mais simples também podem surtir impacto - boa notícia para os habitantes das vilas, pobres demais para comprar escavadeiras ou cimento.

Segundo Elfatih Eltahir, professor de engenharia ambiental, as populações de mosquitos podem ser contidas por medidas como usar pás para preencher espaços baixos (onde a água pode se acumular na estação chuvosa) e cavar valas de drenagem, para que as poças se esvaziem em menos de 7 dias - as larvas precisam de 7 a 10 dias para se desenvolver.

Poças de 10 a 20 metros de comprimento são o principal problema, ele explica. As menores secam mais rapidamente, e lagos maiores, permanentes, possuem predadores como os besouros comedores de larvas.

Arar a terra para que a água drene rapidamente para dentro do solo também funciona, mas envolve um trabalho mais pesado.

A equipe também descobriu que espalhar sementes da árvore "nim" em lagos, duas vezes por semana, reduz as populações de mosquitos pela metade. Nos Estados Unidos, o óleo de nim é vendido como um pesticida orgânico para plantas caseiras e é considerado seguro o suficiente para também ser usado como xampu para cachorros.

Nos últimos quarto anos, a equipe de Eltahir testou seus modelos de computador em dois vilarejos próximos de Niamey, capital da Nigéria. Árvores nim são originárias da Índia, mas "estão em todos os lugares dessas duas vilas," disse ele.

Os modelos comparam estratégias antimalária, como redes contra mosquitos, medicamentos, vacinas e pulverização de inseticida.

"Nós defendemos estratégias simples e de pouca tecnologia, que podem ser agregadas a outras abordagens," disse Eltahir.