19/11/2008 - 19h27
Licença-maternidade de seis meses beneficia a saúde de mães e bebês
Tatiana Pronin
Editora de Ciência e Saúde
A possibilidade de tornar obrigatória a licença-maternidade de 180 dias - projeto aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado nesta quarta-feira - é vista com entusiasmo pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
O projeto de Patrícia Saboya (PSB-CE) que prevê a opção de aumentar a licença para 180 dias, sancionado em setembro, foi baseado em projeto da entidade. "A aprovação da ampliação opcional foi uma vitória; se ela se tornar obrigatória, será ainda melhor", diz Fábio Ancona, vice-presidente da SBP.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a licença ampliada traz melhoras para a saúde tanto do bebê quanto da mãe. O aleitamento materno exclusivo durante os primeiros seis meses protege a criança de doenças como diarréia, asma, anemia e alergias, entre outras.
Pesquisas indicam que o índice de hospitalizações por pneumonia diminui até 17 vezes quando o bebê é amamentado até os seis meses. E o benefício estende-se até a vida adulta, prevenindo enfermidades como diabetes, obesidade e câncer.
Ancona destaca, também, que o vínculo afetivo com a mãe é essencial para o desenvolvimento emocional e neurológico do bebê. "Crianças que tiveram o vínculo com a mãe por mais tempo são mais confiantes, mais tranqüilas e têm uma capacidade de aprendizado melhor", afirma.
Para a mãe, o aleitamento possui uma ação inovulatória, o que aumenta o intervalo entre as gestações e, segundo alguns estudos, protege a mulher contra o câncer de mama. "Sem contar o bem-estar que a convivência com o filho proporciona à mulher", acrescenta o médico.
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