Graças a novas técnicas de óptica, os astrônomos receberam este mês um presente adiantado do Papai Noel: as primeiras imagens "reais" de exoplanetas, ou seja, planetas localizados fora do nosso Sistema Solar.
Até então, os cientistas apenas conseguiam registrar a existência desses planetas a partir do campo gravitacional gerado por eles, mas isso nem sempre podia ser considerado uma prova concreta dos corpos celestes.
O problema é que o brilho gerado por essas estrelas distantes tornava impossível o registro de imagens dos planetas em suas órbitas. "Com ajuda de equipamentos ópticos do Hubble, conseguimos produzir uma espécie de eclipse artificial, o que permitiu a primeira detecção de exoplanetas", explicou o pesquisador Paul Kalas, em evento realizado nesta quinta-feira na Nasa (a agência espacial americana).
Kalas faz parte da equipe da Universidade da Califórnia, em Berkeley, responsável pela descoberta do planeta ao redor da estrela Fomalhaut, a apenas 25 anos-luz da Terra, na constelação de Piscis Austrinus (Peixe Austral). Essa é a estrela mais brilhante entre as observadas na Terra e o planeta possui três vezes a massa de Júpiter.
A outra descoberta anunciada pela Nasa foi a de três planetas em volta da estrela HR 8799, feita pelo Instituto de Astrofísica de Victoria, em British Columbia, com os telescópios Keck e Gemini. O sistema fica a cerca de 130 anos-luz de distância, na constelação Pégaso. Os planetas possuem, respectivamente, dez, nove e seis vezes a massa de Júpiter.
Os detalhes da descoberta serão publicados na edição desta quinta-feira da revista "Science".