Cerca de 15% dos pacientes submetidos à cirurgia da obesidade voltam a engordar, diz médico
Tatiana Pronin Editora do UOL Ciência e Saúde Em São Paulo
Mais de 10 milhões de brasileiros são obesos, segundo dados recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Para muitas dessas pessoas, a cirurgia é a última esperança para combater o excesso de peso e todas as doenças associadas ao problema.
Para falar do assunto, o UOL Ciência e Saúde convidou o médico Bruno Zilberstein, especialista em cirurgia do aparelho digestivo e professor associado da faculdade de medicina da Universidade de São Paulo.
CONHEÇA ALGUMAS TÉCNICAS
Figura mostra exemplo de banda gástrica ajustável: o anel de silicone age como uma espécie de funil, reduzindo a capacidade de ingerir grande volume de alimentos
O médico explicou que todas as técnicas têm como objetivo principal reduzir o volume do estômago para, assim, limitar a quantidade de alimento ingerida. Em alguns casos, é feito um desvio no intestino para que a pessoa também absorva menos calorias.
"A cirurgia é basicamente indicada para pessoas com Índice de Massa Corpórea (IMC) superior a 35 ou 40, ou pessoas com problemas de saúde em decorrência do excesso de peso", explica Zilberstein. Ou seja, quando o perigo de continuar obeso justifica o risco de morte associado às cirurgias, que chega a 1%. "Para se ter uma idéia, na fila de espera para a realização dessas cirurgias na rede pública existe um índice de mortalidade superior a dos pacientes que aguardam um transplante renal."
Na entrevista a seguir, ele explicou como são as principais técnicas de redução do estômago e os riscos associados aos procedimentos.
Ele ressaltou, também, que qualquer uma das operações requer um tratamento com equipe multidisciplinar (com endocrinologista, nutricionista, clínico geral e psicólogo, entre outros profissionais) para garantir que não haja problemas de saúde futuros, ou mesmo a recuperação do peso perdido.
Segundo ele, alguns pacientes desenvolvem estratégias para consumir grandes quantidades de calorias, mesmo com o estômago menor. Por isso, de 15% a 20% dos indivíduos submetidos ao procedimento voltam a ficar obesos após a realização da cirurgia.
Serviço:
Na próxima terça-feira (11), o especialista fará uma palestra gratuita sobre o tema para leigos em São Paulo, às 19h, no Hotel Mercure Central Towers (R. Maestro Cardim, 407 - Bela Vista). Telefone para inscrições: (11) 2162-7110.