24/10/2008 - 21h00
Primeiro transplante realizado no Brasil foi de córneas, em 1954
Crys Araújo
Especial para o UOL Ciência e Saúde
Desde o primeiro transplantes registrado no Brasil - o de córneas, em 1954, a evolução é notável. As técnicas de captação, remoção e transplante foram aperfeiçoadas, assim como equipamentos cirúrgicos os medicamentos para evitar a rejeição.
"Com o aumento do número de transplantes, naturalmente os procedimentos tornaram-se mais seguros com as novas tecnologias, que incluem drogas imunossupressoras, tomógrafos e ultra-som, além de uma série de providências como a permanente capacitação da equipe envolvida no transplante", opina José Medina Pestana, presidente da Associação de Transplante de Órgãos.
Com a perspectiva de vida cada vez mais longa da população, há cada vez mais gente com idade avançada que precisa de um transplante em algum momento da vida. Por isso, é praticamente impossível a fila zerar, mas ela pode diminuir por meio da conscientização.
Procedimento legalizado
A prática do transplantes de órgãos e tecidos no Brasil é baseada em leis. A de número 9.434, de 1997, regulamenta o uso de partes do corpo humano, tecidos e órgãos de pessoas mortas a serem destinados a transplantes ou tratamento após comprovação de morte encefálica.
A Lei determinava a doação presumida, ou seja, quem não queria doar seus órgãos tinha que declarar o desejo em seu documento de identidade. A idéia, polêmica, levou muita gente a declarar a condição de não-doador por medo de ter os órgãos removidos de forma indevida.
Em 2001, com a Lei 10.211, a doação presumida foi revogada e o poder de decisão sobre doar ou não os órgaos passou a ser da família do paciente, após certificada a morte encefálica. A legislação também viabilizou a criação da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, a Aliança Brasileira de Doação de Órgãos e Tecidos e implantou o Sistema Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde.