UOL Ciência e SaúdeUOL Ciência e Saúde
UOL BUSCA

24/10/2008 - 21h00

Entenda a estrutura para doação e captação de órgãos no país

Crys Araújo
Especial para o UOL Ciência e Saúde
Segundo dados do Ministério da Saúde, a estrutura para transplantes no país conta, atualmente, com 531 estabelecimentos de saúde credenciados, 1.274 equipes médicas autorizadas e 25 Centros de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos. São Paulo é o único Estado que possui um reforço extra: a OPO - Organização de Procura de Órgãos e Tecidos. São 30 médicos e enfermeiros distribuídos por quatro centros de referência na capital: Hospital das Clínicas, Hospital São Paulo, Santa Casa de Misericórdia e Instituto Dante Pazzanese.

Criado em 1997, a OPO é um importante instrumento de apoio na busca, captação e transporte de órgãos doados, desde a identificação de um doador em potencial até a retirada e transporte do órgão. A equipe identifica nas UTIs de hospitais da cidade os prováveis doadores, visita os locais e orienta os médicos sobre a conservação adequada dos órgãos aproveitáveis para transplante. Quando a morte encefálica é confirmada, explica-se às famílias como pode ser feita a doação, que ela pode salvar até oito vidas e o corpo devolvido para o sepultamento sem deformidades.

Na OPO do HC há 12 pessoas para monitorar 35 hospitais da zona oeste e região metropolitana. "É preciso que as comissões intra-hospitalares para doação de órgãos e tecidos para transplante, prevista em lei para os hospitais com mais de 80 leitos, entre logo em funcionamento para agilizar e ampliar o nosso trabalho", diz Leonardo Borges Barros e Silva, coordenador da OPO há três anos. Para ele, o foco das campanhas deveria ser o esclarecimento sobre morte cerebral, geralmente provocada após derrames, traumas de crânio ou tumores cerebrais, e o sofrimento experimentado por quem aguarda um transplante.

"A morte cerebral é irreversível; o cérebro morre, o coração bate mecanicamente, os órgãos são isolados, mas é compreensível a resistência das famílias e até mesmo dos médicos, porque somos treinados para salvar vidas", declara. Contudo, devido à abordagem correta de integrantes da OPO, cerca de 70% dos parentes consultados concordam com a doação dos órgãos. "O doente e seus familiares precisam de um ótimo primeiro atendimento e todo o tempo de permanência no hospital porque este procedimento ajuda muito na hora da aproximação para a conversa sobre a doação de órgãos", destaca ele.

Mesmo em hospitais que não possuem OPO em suas instalações, como o Israelita Albert Einstein - maior centro brasileiro de Transplante de Fígado, a estrutura da organização é uma importante ferramenta no processo do transplante. "Fazemos transplantes de órgãos há mais de 10 anos, totalizando mais de 1.300 nos últimos seis anos e meio. Além disso, acompanhamos os transplantados porque temos como uma das finalidades a reintegração desses indivíduos na sociedade", destaca Ben-Hur Ferraz Neto, coordenador do Programa de Transplantes do Einstein.

Segundo o coordenador da Central Estadual de Transplantes, Luiz Augusto Pereira, o número de doadores efetivos vem aumentando, mas apesar dos avanços, ainda há uma desproporção muito grande entre o número de doações e o de pacientes que aguardam a cirurgia. E o procedimento ainda é muito concentrado: só o Estado de São Paulo realiza 45% dos transplantes realizados em todo país.

Compare preços nas MELHORES LOJAS

- Carros Usados
- Adidas - Pen Drive - Notebook - Ar Condicionado

Hospedagem: UOL Host