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24/09/2008 - 12h16

Falta de teste levou a pane que vai deixar "máquina do Big Bang" parada até 2009

Da Redação*
O grande colisor de partículas construído para simular as condições do "Big Bang" não será reativado antes do segundo trimestre de 2009, depois de um defeito no final de semana, anunciou o CERN (Centro Europeu de Pesquisa Nuclear), nesta terça-feira.

Um vazamento de hélio no túnel que abriga a maior e mais complexa máquina já construída forçou o CERN a fechar o LHC (sigla em inglês para Grande Colisor de Hádrons), no sábado, depois de apenas 10 dias de operação.

EFE
O LHC vai gerar 600 milhões de colisões por segundo entre prótons
O problema no LHC aconteceu devido à falta de testes em alta energia em um setor do experimento, segundo informou à Agência Efe o físico argentino Jorge Mikenberg, um dos mais de 10 mil cientistas que trabalham no maior experimento físico da história.

O túnel circular que mede 27 quilômetros de comprimento, que fica na fronteira suíço-francesa, perto de Genebra, é formado por oito setores. Um deles, chamado 3-4, não tinha sido testado à alta energia antes do início do funcionamento do LHC, em 10 de setembro, "porque não deu tempo", disse Mikenbgerg. "Sete dos oito setores puderam ser testados a altas energias de 5 TeV (1 trilhão de elétrons-volts), antes do dia 10, mas faltou um", completou.

No dia em que o LHC começou a funcionar, o setor agora com problemas não apresentou avarias, porque, em todo o experimento, que tinha como fim apenas comprovar o funcionamento do acelerador, foi utilizada baixa energia. "Mas foi um grande sucesso, porque conseguimos ver que o acelerador funciona, e os detectores já conseguiram captar dados", disse o cientista.

Não será o fim do mundo, mas a maior máquina já construída na história, enterrada sob a fronteira da Suíça com a França, poderá formar até pequenos buracos negros, devido à sua energia. As colisões de núcleos de átomos no túnel de mais de 27 km do LHC (Grande Colisor de Hádrons) vão gerar uma montanha de dados. Leia mais
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Quatro detectores - Atlas, Alice, LHCb e CMS -, instalados no acelerador como radares para observar as colisões frontais entre os prótons, serão responsáveis por observar os milhões de dados gerados pelos choques.

Sobre a avaria, Mikenberg disse que o problema foi "que uma das conexões dos cabos condutores não estava bem conectado, provocando um curto-circuito e soltando hélio". Essa avaria também danificou parcialmente dois ímãs supercondutores.

"Como todo o mecanismo está a uma temperatura de menos 271,2 graus Celsius, para consertar é preciso esquentar até alcançar a temperatura normal, o que levará 3 ou 4 semanas, e depois voltar a esfriar, o que levará mais 3 ou 4 semanas", acrescentou o físico.

É por isso que as autoridades do CERN consideram, e assim anunciaram, que o acelerador só voltará a funcionar no primeiro semestre do ano que vem, dado que, a cada ano, todas as instalações param de dezembro a março para fazer revisões e economia de energia.

No entanto, o porta-voz do CERN, James Gillies, disse que a inauguração oficial do LHC, que deve contar com a presença de vários chefes de Estado, se manterá, como estava previsto, para 21 de outubro

Revés psicológico
Ontem, o diretor geral do CERN, Robert Aymar, disse que o problema era um revés psicológico, depois do início bem sucedido das operações do LHC, após anos de cuidadosa preparação por equipes científicas da mais alta capacidade. "Não tenho dúvida de que superaremos esse revés com aplicação e rigor semelhantes", ele afirmou em comunicado.

Quando o problema for corrigido, o CERN retomará o envio de feixes de partículas pelo túnel, como vinha fazendo com sucesso desde o início das operações, em 10 de setembro. O próximo passo é promover colisões entre feixes que viajam em direções opostas, a velocidades próximas à da luz.
Seria uma tentativa de recriar em escala reduzida o calor e nível de energia do Big Bang, a explosão que os cosmologistas em geral vêem como origem de nosso universo em expansão.

Em plena velocidade, o LHC gerará 600 milhões de colisões por segundo entre partículas subatômicas chamadas prótons, que explodirão em novas partículas até agora não observadas.

* Com informações das agências Efe e Reuters

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