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02/07/2008 - 12h05

Médico italiano diz como deve ser a dieta de quem vive estressado

Cristina Almeida
Especial para o UOL Ciência e Saúde
Viver na rotina estressante de grandes cidades, com longas horas de trabalho e refeições rápidas e pouco nutritivas, é uma armadilha para o bem-estar. O desgaste leva à falta de disposição para a atividade física e o sedentarismo acaba com o ânimo para enfrentar o dia-a-dia.

O médico italiano Frabrizio Duranti idealizou o programa "Human Maximum Performance" (Máxima Performance Humana), garante que é possível romper o círculo vicioso, estimulando o corpo a alcançar o limite máximo de sua potencialidade metabólica.

Autor do livro "Un medico per amico" (Um médico como amigo, Ed. Sperling Kupfer, sem tradução para o português), Duranti estuda o metabolismo humano há 15 anos. Ele explica que não existem receitas milagrosas: quem deseja ter qualidade de vida nos grandes centros precisa se convencer de que "somente a ação conjunta de várias estratégias terapêuticas pode aplacar os danos causados pelo estresse".

Segundo o especialista, quando estamos expostos a altos níveis de pressão, nosso corpo responde com o desequilíbrio do sistema nervoso autônomo, que é responsável pelo controle da respiração, circulação, temperatura e digestão.

O desleixo com a alimentação leva à contínua perda de nutrientes essenciais ao organismo e ao aumento de peso. Isso conduz ao sedentarismo e, como não há escape para as tensões, geralmente se compensa com o fumo ou a comida. Perda da concentração, gastrite e depressão podem associar-se ao quadro geral.

A essa altura, os hormônios que estimulam a fome aumentam consideravelmente, provocando ataques compulsivos que induzem ao consumo de alimentos ricos em gorduras e açúcares.

"Essa é a razão por que as pessoas engordam e, como conseqüência, não têm vontade de praticar uma atividade física, num círculo vicioso", declara. "Se não há uma intervenção drástica, a obesidade se instala, abrindo espaço para o diabetes", completa.

HÁBITOS PARA O BEM-ESTAR
1. Atividade física (caminhada ou corrida quatro vezes por semana, por 40 a 50 minutos)
2. Desintoxicação (uma vez por semana, fazer uma dieta à base de verduras e frutas)
3. Relaxamento e meditação (técnicas para treinar a respiração e acalmar o cérebro)
4. Suplementação (micronutrientes como fermento lático, ômega 3, vitamina C, ácido alfa-lipóico)
5. Dieta balanceada (cinco refeições diárias ricas em proteínas magras, frutas, verduras)
Círculo virtuoso
O programa elaborado por Duranti propõe atividade física quatro vezes por semana, desintoxicação com frutas e verduras uma vez por semana, relaxamento e meditação (para preservar o cérebro dos constantes estímulos aos quais é submetido), alimentação balanceada (com cinco refeições diárias, incluindo proteínas magras, frutas que forneçam potássio, iogurte magro, legumes, cevada e óleo de oliva) e doses diárias de suplementos alimentares encontrados em farmácias (fermento lático para equilíbrio da flora intestinal e antioxidantes como ômega 3, vitamina C e ácido alfa-lipóico).

"A única advertência é não suprimir etapas da dieta", explica o médico italiano: "as pessoas pensam que, alimentando-se adequadamente, não precisam da atividade física, por exemplo".

Ele admite que o paciente pode exagerar na alimentação ocasionalmente, e compensar no dia seguinte com mais atividade física e vice-versa. "Mas suprimir uma etapa por outra não traz os benefícios que se espera."

Conforme o especialista italiano, não importa por onde começar. Nesse caso, a ordem dos fatores não altera o produto e "é possível pegar o trem do bem estar na estação das técnicas de relaxamento e meditação, ou desintoxicação. Uma vez instalados no trem, faz-se todas as paradas necessárias, num percurso que se repetirá em continuação, sem perder o fio condutor dos resultados obtidos em cada estação".

Mudança de hábitos
Duranti diz que, em geral, quando o paciente decide fazer a dieta é porque já tomou consciência de que deve mudar seu estilo de vida. Por isso, o médico dá a liberdade de decidir por onde começar, lembrando que o trabalho traz compensações já nos primeiros 30 dias de prática.

"Mudar os hábitos negativos, no início, realmente é difícil, mas é o próprio organismo que sinaliza o quanto é bom estar bem, gerando uma dependência psicofísica das novas atitudes positivas. Entre as dependências que conhecemos, penso que essa seja a menos grave", conclui.

Como deve ser a alimentação

- os alimentos devem ser escolhidos com base no seu baixo valor glicêmico, máxima digeribilidade e bom equilíbrio entre sódio e potássio;

- as refeições devem conter alimentos protéicos magros, como peixes, abundantes porções de verdura (exceto batata e abóbora) e frutas como cereja, grapefruit, pêra e maçã (que contêm potássio), iogurte magro, cevada e óleo de oliva.

Alimentos proibidos

- produtos com gordura saturada;
- carboidratos refinados;
- muito sal, porque desequilibra o potencial de potássio e sobrecarrega o fígado.

Alimentos de consumo moderado

- massas e pães devem ser diminuídos por seu alto índice glicêmico. Se precisar consumi-los, prefira os de farinha integral. Se puder fazer o pão em casa para diminuir o consumo de sal, melhor.


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