29/05/2008 - 17h01
Do lado de fora do STF, especialistas já comemoram liberação de pesquisas
Da Agência Brasil
Mesmo sem a proclamação oficial do resultado do julgamento que continua a ser realizado no Supremo Tribunal Federal, especialistas favoráveis às pesquisas com células-tronco embrionárias já destacam, em entrevistas do lado de fora do STF, a satisfação pela autorização dos estudos sem restrições.
O advogado Luís Roberto Barroso, representante do Movimento em Prol da Vida (Movitae) e do Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero (Anis), destacou que será aberto um futuro promissor para a ciência brasileira. "As pesquisas agora vão poder continuar, receber financiamento público. Há um longo caminho pela frente que começa com o primeiro passo, que é a legitimação das pesquisas pelo STF".
Seis dos 11 ministros do STF já votaram pela autorização das pesquisas sem restrições. Faltam apenas os votos do ministro Celso de Mello, que já se declarou publicamente favorável aos estudos, e do presidente da corte, Gilmar Mendes.
Segundo Barroso, a iminente decisão do STF permite que o Brasil não seja "importador de tecnologia". O advogado acredita que a tese defendida por ele prevaleceu porque "a ciência tem que ter um compromisso com a causa das pessoas e o resgate da vida".
A pós-doutora em Bioética Débora Diniz espera que o aporte de recursos nos estudos melhore, para que os efeitos cheguem aos cidadãos: "Precisamos agora ir para o laboratório trabalhar para transformar a esperança dos pacientes em realidade. Isso pode demorar alguns anos, mas estamos mais perto da cura".
A pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) Mayana Zatz também ressaltou que a cura para pacientes com doenças degenerativas não será imediata nem é uma promessa do grupo.
"O que a gente prometeu é que nós queremos fazer as mesmas pesquisas que são feitas no primeiro mundo. Eu acho importante deixar claro que não prometemos tratamento a curto prazo, mas que vamos nos dedicar de corpo e alma às pesquisas", defendeu a especialista.