20/03/2008 - 09h00
Uso de certos medicamentos pode desencadear a síndrome das pernas inquietas
Da Redação
Para muita gente, a dificuldade para pegar no sono pode ser o principal sintoma de um distúrbio de nome curioso e pouco conhecido: a síndrome das pernas inquietas. O mal é caracterizado por um impulso incontrolável para mover aos membros inferiores na hora de dormir, acompanhado de dor, coceira, pressão, repuxamento ou arrepio.
Em alguns casos, o sintoma envolve outras partes do corpo e ocorre não só na hora de dormir, como também em momentos de inatividade como ao assistir a um filme no cinema.
"O desconforto melhora com a caminhada e piora com o repouso", descreve o neurologista Flávio Alóe, da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo). Estima-se que até 10% da população entre 30 e 79 anos sofre do problema, que é mais comum em caucasianos. Gestantes também podem apresentar os sintomas, especialmente no final da gravidez.
Segundo Alóe, é muito difícil a pessoa procurar o médico exclusivamente por causa dos sintomas. "Em geral, a queixa é feita para especialistas de outras áreas, que o orientam o paciente a buscar tratamento", diz.
A insônia é freqüente em cerca de 90% dos portadores. Outra condição que pode acompanhar a síndrome é o chamado "movimento periódico de extremidades", que ocorre durante o sono e pode ser diagnosticado no exame de polissonografia.
Questões genéticas podem explicar a doença em alguns casos. Em outros, a síndrome é desencadeada pelo uso de medicamentos, como alguns antidepressivos, antialérgicos, antibióticos e produtos com cafeína.
O tratamento de primeira linha, segundo o neurologista, é feito com um medicamento usado por pacientes com Parkinson, o pramipexol, só que em doses bem menores. Os efeitos colaterais incluem náusea e tontura.
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