31/01/2008 - 16h57
Fóssil encontrado em SP revela 'elo perdido' entre crocodilos atuais e pré-históricos
Da Redação
Divulgação Reconstituição digital do M. arrudacamposi, cujo esqueleto foi encontrado no interior de SP |
Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Museu de Paleontologia de Monte Alto afirmam ter descoberto o 'elo perdido' entre os crocodilos da pré-história e as espécies atuais.
A descoberta do fóssil dessa nova espécie de crocodilomorfo, que ganhou o nome de Montealtosuchus arrudacamposi, ocorreu em maio de 2004, nas cercanias do município paulista de Monte Alto (a 360 quilômetros da cidade de São Paulo).
Em apresentação nesta quinta-feira, os pesquisadores exibiram, além do fóssil do esqueleto (80% dele recuperado), a reconstituição digital, um modelo do réptil em tamanho natural (comprimento estimado entre 1,5m a 1,7m), e ainda ilustrações que retratam o ambiente em que o animal viveu.
O estudo científico, com apoio da Faperj (Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro) e do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), foi publicado no final de 2007 na revista "Zootaxa".
Elo perdido
O Montealtosuchus arrudacamposi pertence à família Peirosauridae. Trata-se de um crocodilomorfo de porte médio, adaptado às condições de clima árido e quente do interior de São Paulo durante o Cretáceo Superior (há cerca de 80 milhões de anos).
Esses animais possuíam membros longos, que lhes garantiam grande mobilidade e agilidade para andar em terra firme, além de uma armadura flexível no dorso e cauda, uma grande proteção contra outros predadores. Segundo os pesquisadores, o Montealtosuchus foi um predador importante em seu tempo.
Embora apresentasse hábitos diferentes dos crocodilos e jacarés atuais, o M. arrudacamposi mostra a conexão entre os crocodilos do tempo dos dinossauros e os de hoje, por apresentar características morfológicas que se relacionam tanto com as formas mais primitivas como com as atuais.
O nome Montealtosuchus arrudacamposi é uma homenagem à cidade de Monte Alto e ao professor Antônio Celso de Arruda Campos, paleontólogo que encontrou o fóssil.