O exame nas vísceras do macaco encontrado morto em Brasília foi negativo para a febre amarela, segundo informações dadas hoje pelo secretário de Saúde do Distrito Federal, José Geraldo Maciel.
O laboratório Adolfo Lutz, de São Paulo, responsável pelo exame, descartou a contaminação do animal pelo transmissor da doença, o mosquito
Aedes aegypti. Maciel informou que o Brasil não registra vetores da febre amarela na área urbana desde 1942.
Mortes O Ministério da Saúde confirmou ontem (10) que o paciente Graco Abubakir morreu de febre amarela. Abubakir, que faleceu na última sexta-feira, é o único caso confirmado até o momento no país.
O ministério também informou em nota oficial que de dezembro do ano passado até o momento recebeu 12 notificações de casos suspeitos de febre amarela em Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal.
Sobre o empresário Almir Rodrigues da Cunha, que morreu em Maringá (PR), depois de uma viagem a Caldas Novas (GO), o ministério informou que a Secretaria de Estado de Saúde do Paraná notificou que as suspeitas mais fortes são de dengue hemorrágica, leptospirose e hantavirose. Mas a hipótese de febre amarela não está descartada.
Outro caso é da aposentada Maria Geraldina Siqueira da Silva que morreu na última quarta-feira em Ceres, Goiás. No dia 22 de dezembro do ano passado, a mulher, que residia em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, viajou para Goiás.
No período do Natal, Maria Geraldina passou mal e apresentou crises de diarréia e vômito. A certidão de óbito atestou insuficiência renal hepática, contudo a ocorrência de possíveis casos de febre amarela na região de Goiás levantaram a suspeita sobre seu quadro.
A assessoria de imprensa da prefeitura de Mogi das Cruzes informou hoje que ainda não recebeu nenhuma comunicação oficial sobre se a aposentada faleceu mesmo por febre amarela. O corpo da Maria Geraldina foi velado ontem em Suzano.
Situação e recomendaçõesEm uma entrevista coletiva na última quarta, o ministro José Gomes Temporão afirmou que "não há risco de epidemia urbana da doença".
Apesar disso, Temporão pediu ao ministério do Turismo para informar as agências de viagens sobre a necessidade da vacina contra febre amarela a todos aqueles que planejam viajar para as áreas de risco.
O ministro informou ainda que quem pretende seguir para essas regiões devem tomar a vacina dez dias antes da viagem, tempo necessário para o organismo criar anticorpos de defesa conta o vírus.
A vacina tem duração de dez anos. Segundo dados do ministério, as áreas de risco no Brasil são a região Norte e Centro-Oeste, Maranhão e Minas Gerais. Além delas, há as regiões de transição (oeste dos estados da Bahia, Piauí, São Paulo, Paraná e Santa Catarina) e a de potencial risco (sul da Bahia e norte o Espírito Santo).
*
Com Agência Brasil, Agência Estado e BBC