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03/01/2008 - 11h57

Macho de mosca que "bebe" todo dia passa a cortejar também outros machos

Da Redação*
Machos de moscas-das-frutas submetidos diariamente ao álcool, que tipicamente cortejam fêmeas, passam também a cortejar ativamente outros machos. A descoberta é de um estudo feito por um grupo da Universidade Penn State, nos Estados Unidos, publicada nesta quarta-feira na 'PloS One', da Public Library of Science.

De acordo com os autores, a pesquisa levou a descobertas de grande importância para estudos sobre alcoolismo e sua interferência no comportamento sexual masculino. O estudo é o primeiro a caracterizar efeitos da exposição crônica ao álcool em moscas-das-frutas.

Segundo o neurocientista Kyung-An Han, líder do grupo, informações derivadas do trabalho poderão servir como base para estudos semelhantes em outros animais, incluindo o homem.

Os pesquisadores administraram doses diárias de etanol a moscas-das-frutas de modo a simular o hábito do consumo freqüente de bebidas. O grupo investigou diversos fatores que influenciam os efeitos do etanol, como experiência anterior, idade e características genéticas e celulares.

Uma das descobertas da equipe foi identificar moléculas fundamentais para a desinibição induzida pelo álcool. A equipe verificou que a dopamina é um mediador-chave para a corte induzida entre machos.

Outra conclusão do estudo é que a exposição repetida ao etanol fez com que machos passassem a procurar com maior freqüência a relação com outros machos.

Os pesquisadores suspeitam que o que chamam de "sensibilização comportamental" resulte de mudanças adaptivas nas células cerebrais induzidas pelo consumo crônico de álcool. Na continuação do estudo, pretendem usar a sensibilização como um modelo para estudos fisiológicos de comportamentos ligados à dependência química.

Outra conclusão dos pesquisadores é que, à medida que as moscas ficam mais velhas e suas capacidades cognitivas declinam, elas tornam-se mais suscetíveis aos efeitos do etanol.

A pesquisa mostrou que, sob efeito do álcool, machos de meia-idade e idosos (de duas a quatro semanas) tiveram propensão maior para o contato desinibido com outros machos quando comparados com indivíduos mais jovens, com cerca de quatro dias.

*Com informações da Agência Fapesp


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