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30/07/2007 - 11h46

Estudo vincula furacões ao aquecimento global

Por Jim Loney, de Miami
O número médio de furacões em cada temporada no Atlântico dobrou no último século, em parte devido ao aquecimento do mar e da mudança dos ventos provocados pelo aquecimento global, segundo estudo divulgado no domingo.

Os pesquisadores há anos discutem se a mudança climática causada pelos poluentes de carros, das fábricas e da atividade humana em geral provoca tempestades mais freqüentes e intensas.

O novo estudo, publicado pelo site Transações Filosóficas, da Real Sociedade de Londres, disse que o aumento das tempestades tropicais e furacões nos últimos cem anos está fortemente relacionado ao aumento de 1,3 grau na superfície dos mares.

Neste ano, o influente Painel Intergovernamental sobre a Mudança Climática determinou que a atividade humana influencia o aquecimento e "provavelmente" também os furacões.

No novo estudo, conduzido por Greg Holland, do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica, e Peter Webster, do Instituto de Tecnologia da Geórgia, foram detectados três períodos desde 1900 nos quais houve um aumento repentino das tempestades, seguidos por fases de estabilidade.

De 1900 a 1930, havia em média a cada ano quatro furacões e duas outras tempestades tropicais. De 1930 a 40, a média anual subiu para cinco furacões e cinco outras tempestades. De 1995 a 2005, a média aumentou para oito furacões e sete tempestades.

Em períodos imediatamente anteriores, a superfície do mar esquentou 0,7 grau antes de 1930, e um valor similar antes de 1995. "Esses números são uma forte indicação de que a mudança climática é um importante obstáculo no aumento no número de furacões no Atlântico", disse Holland em nota.

Céticos dizem que os dados sobre furacões no começo do século 20 não são confiáveis, porque provavelmente muitos ciclones se formavam e morriam sobre o mar sem que ninguém soubesse.

Dados mais confiáveis começaram a surgir em 1944, com observações aéreas, e ainda mais a partir de 1970, com o uso de satélites. Mas Holland e Webster disseram que a intensificação do fenômeno não pode ser atribuída só à melhoria das observações.

"Fomos levados à confiante conclusão de que a recente elevação na freqüência dos ciclones tropicais se deve em parte ao aquecimento do efeito estufa, e este é muito provavelmente o efeito dominante," escreveram os autores.

Em 2004, quatro violentos furacões (Charley, Frances, Ivan e Jeanne) atingiram a Flórida. Todos ficaram entre as quatro tempestades mais destrutivas na história dos EUA.

Em 2005, registrou-se o recorde de 28 tempestades, das quais 15 viraram furacões, inclusive o Katrina, que provocou prejuízos de 800 bilhões de dólares e matou 1.500 pessoas. A temporada de 2006 foi relativamente branda, com dez tempestades e furacões.


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