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13/05/2009 - 12h07

Europeus produzem vacina que será testada contra nova gripe

Da Lusa
Em Lisboa
Um consórcio europeu de pesquisadores está desenvolvendo uma nova vacina inalável contra a gripe que oferece a vantagem de poder ser produzida em pouco tempo e em grande quantidade e que deverá ser testada também em relação ao vírus A H1N1.

Segundo Thomas Muster, responsável pelo projeto Fluvacc, os ensaios já realizados em humanos mostram que a nova vacina, em fase de testes clínicos e produzida a partir de culturas celulares e não do método tradicional com ovos de galinha, "é segura e imunogênica".

A gripe suína gerou um impasse entre as autoridades mundiais de saúde: continuar fabricando em escala global a vacina contra a gripe sazonal, que provoca mortes todos os anos, ou concentrar esforços para produzir a nova vacina contra o vírus Influenza A. A avaliação é do infetologista Unaí Tupinambás, da UFMG. Leia mais
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Em vez de recorrer a proteínas virais produzidas pelos ovos, esta vacina contém uma réplica deficiente do vírus, que gera uma forte resposta imunizadora.

A vacina ("deltaFLU") baseia-se assim em "vírus atenuados" nos quais foi desativado um gene indispensável à sua replicação, um processo que os pesquisadores planejam em breve usar com o novo vírus A H1N1 para estudar os resultados.

"A eliminação do gene em causa demora duas semanas, em vez dos vários meses necessários no método tradicional, tornando assim possível a produção de novas vacinas em pouco tempo", afirmou.

Muster, diretor e co-fundador da empresa austríaca AVIR Green Hills Biotechnology, onde a vacina está sendo desenvolvida, falava aos jornalistas no âmbito da conferência Research Connection 09, recentemente organizada em Praga pela Comissão Europeia no quadro da presidência tcheca da UE.

Projeto
O projeto, financiado em 9,2 milhões de euros com fundos europeus, junta oito parceiros de quatro países da UE (Áustria, Alemanha, República Checa e Eslovênia) e Rússia, e estará concluído em setembro do próximo ano.

"Como as estirpes aviárias altamente virulentas atacam os ovos de galinha fertilizados, o uso de culturas celulares é essencial", segundo explicou o pesquisador, e permite aumentar facilmente a sua produção em caso de procura acrescida, através do uso de biorreatores.

"A produção de culturas celulares e o uso de métodos de genética reversa permite gerar rapidamente em elevadas quantidades uma vacina segura contra qualquer potencial vírus de gripe, satisfazendo as necessidades logísticas durante uma infecção pandêmica", destacou.

A maior eficácia deste tipo de vacinas em relação às injetáveis está também no fato de estimularem uma reação protetora imune diretamente no local de entrada do vírus, através da sua administração pelo nariz, com um nebulizador, mais fácil e menos dolorosa do que uma injeção muscular.

Quanto à segurança, todas as experiências realizadas apontam para a improbabilidade de complicações inesperadas, tanto em crianças como em idosos ou pessoas imuno-comprometidas, mesmo em caso de uso generalizado, citou Thomas Muster.

Por outro lado, a vacina pode induzir uma resposta imune eficaz e de longa duração contra uma vasta gama de variantes de vírus de gripe, o que é só condicionalmente possível com as vacinas tradicionais.

"O método de genética reversa otimizado neste projeto permite a geração de uma vacina atenuada contra qualquer potencial vírus de gripe, incluindo variantes de gripe aviária altamente virulentas, num curto período de tempo", afirmou.

Segundo os dados disponíveis, uma única nebulização com a vacina permite imunizar o paciente durante pelo menos um ano, com 70 a 90% de eficácia, mais do que as vacinas antigripais correntes.

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