26/08/2008 - 12h20
Número de mortes na UE ultrapassará nascimentos em 2015
Da Lusa
Em Lisboa
A taxa de mortalidade na União Européia (UE) vai ultrapassar a taxa de natalidade em 2015, estando na imigração a "única solução" para o problema do decréscimo da população, diz estudo divulgado nesta terça-feira pelo gabinete de estatísticas europeu, o Eurostat.
De acordo com as projeções publicadas sobre os 27 países da União Européia, em 2035, a população do bloco atingirá 521 milhões de pessoas, ou seja, 26 milhões a mais do que o registrado no início do ano.
Dentro de 27 anos, 25,4% da população européia terá mais do que 65 anos, contra os 17% atuais.
O Eurostat afirma que o envelhecimento deve ser uma preocupação de todos os países europeus, mas em diferentes níveis. O caso mais dramático é o da Alemanha, que terá 30,2% da população com mais de 65 anos em 2035, seguida por Itália (28,6%) e Eslovênia (27,4%). No caso de Portugal, o Eurostat também aponta para o envelhecimento: os idosos devem passar dos 17,4% atuais para 24,9% em 2035 e 30,9% em 2060.
Irlanda e Chipre serão os países com as populações mais jovens, com uma porcentagem de população idosa de 17,6% e 19%, respectivamente.
O relatório aponta a imigração como o "único fator" de crescimento da população européia após 2015, quando a taxa de mortalidade ultrapassar a de natalidade. No entanto, a partir de 2035, a população européia deve começar a cair, "por falta de imigrantes suficientes", atingindo 505 milhões de habitantes em 2060.
No caso de Portugal, também é prevista uma curva ascendente seguida por uma descendente: os 10.617.000 de portugueses atuais devem passar para 11.395.000 em 2035, recuando para 11.265.000 em 2060.
Outro estudo apresentado na semana passada já alertava para o fenômeno. Segundo o cálculo do Instituto Berlinense para a População e o Desenvolvimento, sem os imigrantes, a UE perderia 52 milhões de pessoas, reduzindo sua população para 447 milhões em 2050.
Depois dos anos 50, a população da UE só conseguiu manter seu peso no total mundial por causa da entrada de novos Estados-membros no bloco.
Um outro relatório demográfico do Departamento de Referência da População (EUA), divulgado no mesmo dia, confirmou a conclusão do estudo alemão, revelando que, atualmente, os países pobres concentram praticamente todo o crescimento da população mundial e que a imigração leva ao ligeiro aumento de habitantes nas regiões mais ricas.
Os dados do departamento dos Estados Unidos indicam que, em 2008, a população mundial chegou a 6,7 bilhões de habitantes, sendo que apenas 1,2 bilhão de pessoas vivem nas regiões mais desenvolvidas.
Segundo previsões, a disparidade deve aumentar em 2050, quando 86% dos 9,3 bilhões de habitantes mundiais residirão nos países menos desenvolvidos, contra os 82% atuais.
De acordo com o relatório, os 191 milhões de imigrantes mundiais contribuíram para o crescimento da população dos países desenvolvidos, concentrados, na sua maioria, em Europa, América do Norte e regiões da antiga União Soviética.