São Paulo - Uma pesquisa que analisou 250 pacientes com suspeita de dengue apontou que o exame de sangue para detecção do antígeno NS1 para diagnosticar a doença é mais eficiente e rápido do que outros métodos. Segundo informações da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), os pacientes foram atendidos no Pronto Atendimento do Centro Saúde Escola e na Enfermaria de Moléstias Infecciosas e Tropicais do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (FMRP-USP). Os resultados com o teste NS1 foram comparados com os apontados pelos métodos de diagnóstico usados atualmente.
A dengue é uma doença aguda, de rápida evolução, com sintomas semelhantes ao de outras infecções, mas que em um número reduzido de casos pode assumir extrema gravidade, a chamada dengue hemorrágica. Sem uma terapia específica, a redução das complicações e da mortalidade depende do diagnóstico precoce. O teste do NS1 é detectável até o sétimo dia da doença com segurança. Para o professor de Moléstias Infecciosas da FMRP-USP, Benedito Antônio Lopes da Fonseca, o estudo mostra que o teste poderia entrar como rotina no sistema público de saúde para se ter um diagnóstico mais rápido da dengue.
Em São Paulo, o teste de NS1 foi adotado pela Secretaria Estadual da Saúde nas cidades com maior incidência da dengue, para diagnóstico de casos suspeitos em que o doente chegue com até três dias da doença. O Ministério da Saúde também tem distribuído kits do exame para testar a metodologia em algumas cidades com alta incidência de dengue. O estudo, cujos resultados foram apresentados no Congresso da Sociedade Americana de Medicina Tropical, nos Estados Unidos, em 2008, terá continuidade com outras finalidades. Uma delas é investigar se é possível modular a gravidade da doença por meio da detecção do NS1 e a pronta instituição do tratamento.
AE