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07/07/2008 - 15h40

Unifesp: 26% já desenvolveram estresse pós-traumático em SP

São Paulo - Cerca de 26% dos paulistanos já desenvolveram o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) alguma vez na vida; 9,7% só no último ano. Do total de moradores da capital paulista, esses índices representam 2,8 milhões e 1,1 milhão, respectivamente. A conclusão foi apresentada durante o I Simpósio Internacional de Violência e Saúde Mental, realizado há duas semanas na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O estudo revelou ainda que 63% dos paulistanos já sofreram algum tipo de violência urbana direta, como assalto ou seqüestro, e que 56% sofreram violência indireta, como presenciar agressões, roubos ou atrocidades a terceiros. As mulheres foram que as que mais desenvolveram o TEPT, 12,8%, contra 5,3% dos homens, apesar deles serem a maioria das vítimas da violência urbana.

Realizado entre junho de 2007 e fevereiro de 2008, os especialistas entrevistaram 2,5 mil moradores, descobrindo que 86% dos paulistanos já sofreram algum tipo de trauma, provocado por desde a morte de parentes à violência urbana. De acordo com os dados, os traumas mais graves como seqüestros e assaltos não são os que mais favorecem o desenvolvimento do TEPT, mas a violência doméstica e o abuso sexual.

"A possível explicação para este fato é que a vivência subjetiva do trauma é mais importante do que a gravidade do trauma para o desenvolvimento da doença. Mas isso ainda está sendo objeto de estudos de pesquisadores da Unifesp", destaca Sergio Andreoli, professor do Departamento de Psiquiatria da universidade.

Cérebro

O TEPT é mais do que um transtorno psicológico, segundo o responsável pelos dados clínicos da pesquisa e coordenador do Programa de Atendimento a Vitimas de Violência e Estresse (Prove) da Unifesp, Marcelo Feijó de Mello. "Traz conseqüências à saúde física das pessoas. Além das queixas de dores incapacitantes, também verificamos que nesses pacientes há alterações hormonais significativas e morte celular no cérebro", afirma o psiquiatra.

Imagens de ressonância magnética mostraram os danos ao cérebro, com redução de 5% a 10% do hipocampo, principal sede da memória e importante componente do sistema límbico, responsável pelas emoções.

AE

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