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11/06/2009 - 14h47

Estudo mostra que Bush contribuiu com a ciência ao se esquivar de sapatos

Da Efe
Em Madri
O ex-presidente americano George W. Bush fez uma contribuição inesperada para a ciência quando se esquivou dos sapatos que foram atirados nele, em dezembro de 2008 em Bagdá, por um repórter iraquiano, segundo revela um estudo publicado hoje na revista "Current Biology".

AP/APTN
O então presidente norte-americano George W. Bush (à esq.) desvia de sapato atirado por jornalista iraquiano durante entrevista em Bagdá, em dezembro de 2008
Os reflexos de Bush e a falta de reação que o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, que estava ao lado do ex-presidente, manteve durante o incidente comprovam a teoria de neurocientistas da Universidade de Washington de que "existem duas vias independentes no sistema visual humano".

Um dos sistemas guia as ações e o outro a percepção, e o interessante é que o primeiro permite ao cérebro "ver" coisas que os olhos não percebem, segundo o estudante de doutorado em psicologia Jeffrey Lin, autor principal do estudo.

"Quando lançamos duas bolas com trajetórias muito similares contra alguém, elas podem parecer iguais para seu sistema de percepção, mas o cérebro calcula de forma automática qual representa uma maior ameaça e desencadeia uma manobra de evasão, inclusive antes que a pessoa se dê conta do ocorrido", afirma Lin.

Isto explica por que no vídeo do incidente dos sapatos al- Maliki nem se mexeu.

"Seu cérebro já tinha captado que o sapato não representava uma ameaça. Mas o cérebro de Bush o catalogou como uma ameaça e desencadeou um movimento de evasão, tudo em uma fração de segundo", disse Lin.

Os cientistas realizaram vários experimentos com estudantes em computador para demonstrar sua teoria e o incidente de Bagdá foi um inesperado e bem-vindo exemplo na vida real.

Segundo Geoffrey Boynton, co-autor do estudo, o fato demonstra que um estímulo em forma de ameaça chama a atenção, inclusive quando não se pode identificar de forma consciente.

"O fato de isto ser mais preciso que nossa percepção consciente é bastante impressionante", disse.

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