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30/04/2009 - 17h25

Prevenção do câncer de mama deve começar mais cedo, diz estudo

Da Efe
Em Londres
Um estudo que analisou os fatores de risco de câncer de mama em mulheres jovens conclui que os testes para avaliar esse risco e prevenir a doença devem começar em idades menores do que se costuma fazer atualmente -em torno dos 40 ou 50 anos-, de preferência sem o uso de radiação.

O estudo, elaborado no Canadá e publicado hoje pelo site da revista "The Lancet", recomenda substituir, nas idades mais jovens, as mamografias por imagens de ressonância magnética (IRM).

Especialistas ouvidos pela Folha dizem que o rastreamento do câncer de mama, ou seja, o exame nas mulheres que não têm necessariamente indicação médica, deveria ser feito a partir dos 40 anos, e não aos 50, como diz o Inca (Instituto Nacional de Câncer).

"Vários estudos mostram que muitos tumores agressivos acontecem entre os 40 e os 49 anos", diz Sérgio Simon, do hospital Albert Einstein. "O rastreamento deveria ser feito a partir dessa idade". Essa também é a opinião da SBM (Sociedade Brasileira de Mastologia). Leia mais
MÉDICOS E INCA DIVERGEM
MAIS SOBRE CÂNCER DE MAMA
Segundo ele, essas imagens permitem medir a concentração de água na mama da jovem de forma parecida com os raios X mas sem a radiação ionizante.

De acordo com os autores, sua pesquisa demonstra que a composição do tecido da mama nas mulheres jovens pode estar relacionada com o risco de câncer na meia idade ou mais adiante.

A quantidade de tecido mamário denso, que costuma se calcular com as mamografias e se descreve como densidade mamográfica (DM), varia muito na população feminina, apontam.

É conhecido que, nas mulheres maduras, a densidade do tecido é um fator de risco importante para o desenvolvimento da doença, e que o perigo aumenta proporcionalmente à densidade.

No entanto, os especialistas observam no site da "Lancet", não se sabe muito sobre o desenvolvimento da DM nas mulheres jovens, e como este dado está relacionado à altura, o peso, a idade e a densidade mamográfica de suas mães.

Para sua pesquisa, Norman Boy, do Campbell Family Institute for Breast Câncer Research (Instituto Campbell da Família para Estudos do Câncer de Mama), e Mike Bronskill, do Sunnybrook Health Science Centre (Centro de Ciência da Saúde Sunnybrook), ambos em Toronto (Canadá), acompanharam 400 mulheres de 15 a 39 anos e as mães delas.

Em vez de medir a densidade com mamografias, eles utilizaram IRMs para ver a concentração de água nos seios das jovens.

Além disso, fizeram análises de sangue nos dez primeiros dias de seus ciclos menstruais.

Já as mães, foram submetidas a mamografias e 100 também passaram por scanners.

Os pesquisadores concluíram que, nas mães, a porcentagem de água detectada com as ressonâncias estava fortemente ligada à densidade medida pela mamografia.

A proporção de água nos seios das jovens (45%, em média) era significativamente mais alta que nas mães (28%), e diminuía segundo aumentava sua idade e seu peso, enquanto aumentava conforme a altura.

Os autores apontam que "um alto grau de densidade mamográfica na média idade, quando é um forte fator de risco para o câncer de mama, pode surgir do grupo de população que tem maior quantidade de tecido fibro-glandular na juventude, quando há mais suscetibilidade a cancerígenos potenciais".

Portanto, eles concluem que "as medidas destinadas a prevenir o câncer de mama poderiam ser mais efetivas se começarem na juventude, do que na idade adulta".

Os especialistas também encontraram uma relação entre maior concentração do hormônio do crescimento e maior porcentagem de água nos seios, o que sugere que as mulheres altas poderiam constituir um grupo de maior risco.

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