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09/09/2008 - 13h37

Maior acelerador de partículas do mundo será ligado nesta quarta-feira

A Organização Européia para Pesquisa Nuclear (Cern) está com tudo preparado para ligar, nesta quarta-feira (10), o acelerador de partículas Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), a máquina mais potente construída pelos físicos e com a qual se espera desvendar os mistérios do Universo. O teste será transmitido ao vivo, pela Internet, no site da Cern.

EFE
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Cerca de 20 anos foram necessários para se chegar a este momento, com o LHC já preparado para receber o primeiro feixe de milhões de partículas.

Construído em um gigantesco túnel circular de 27 quilômetros de comprimento, situado sob a fronteira entre Suíça e França a uma profundidade de 50 a 120 metros, o colisor passou por um longo e complexo processo.

"Primeiro, foi necessário construir a máquina no túnel, algo que começamos a fazer há muitos anos, e depois tivemos de aprender a resfriá-la. São quase 28 quilômetros de acelerador que precisaram ser resfriados a 271 graus abaixo de zero", afirma o engenheiro espanhol Antonio Vergara Fernández.

"Isso começou a ser feito há quase um ano e meio, depois tivemos de conseguir acender a máquina e ver que todos os sistemas funcionavam, mas sem introduzir nenhuma partícula no acelerador", acrescentou o especialista da Cern, em entrevista realizada pelo organismo europeu.

Esse processo para verificar se a máquina estava pronta para receber os prótons "durou cerca de dois anos", acrescentou Vergara.

O passo seguinte consistiu em preparar o feixe de prótons para que entrem no acelerador e, posteriormente, sejam produzidas as colisões com partículas que circulam pelo túnel em sentido contrário.

O feixe de prótons começará a circular no acelerador amanhã, e, para conseguir isto, o LHC conta com injetores e aceleradores menores que, um após o outro, vão passando os prótons até que cheguem ao colisor.

O objetivo do primeiro dia de funcionamento do LHC é conseguir que os prótons dêem uma volta em todo o anel gigante. "No início, não conseguiremos. É um processo muito complexo", disse Vergara.

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"São 28 quilômetros e haverá defeitos que corrigiremos pelo caminho. Faremos o primeiro disparo, os prótons entrarão, se perderão, mas conseguiremos ver onde e como se perderam e faremos as remodelações necessárias do controle central, para depois voltarmos a tentar", acrescentou.

Devido à complexidade do processo, a Cern ainda não sabe como será o dia 10. Centenas de veículos de comunicação se credenciaram para cobrir o evento, a partir das 9h30h (4h30 em Brasília), quando será lançado o primeiro feixe de prótons.

Após o primeiro teste, será possível saber se o maior acelerador de partículas do mundo funciona corretamente, mas os primeiros impactos das partículas não serão produzidos durante alguns meses. Só após esse tempo será iniciada a obtenção de dados.

As partículas serão injetadas no LHC após alcançarem uma energia de 0,45 TeV (tera eletron-volt), mas, nas semanas e meses seguintes, os prótons vão se acelerando até chegarem a 5 TeV, a energia que se deseja para este ano.

Só então poderão ser produzidas as colisões de partículas entre feixes de prótons que circularão, alguns em sentido horário e outros em sentido anti-horário.

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