31/05/2007 - 12h59
EUA propõem reunião para definir meta mundial de emissão de poluentes
Washington, 31 mai (EFE).- Os Estados Unidos propuseram hoje que os 15 países que mais contaminam o meio ambiente se reúnam e determinem até o fim de 2008 uma meta de redução de emissão de gases que produzem o efeito estufa.
Bush explicou o plano em discurso sobre os planos de desenvolvimento internacional dos EUA, às vésperas da cúpula do G8, que acontecerá na semana que vem em Heiligendamm (Alemanha), onde a mudança climática terá papel predominante.
Até agora, o Governo Bush tinha se negado a aceitar limites às emissões de gases poluentes, como as previstas no Protocolo de Kyoto, e por outro lado apontava para o avanço tecnológico como solução do problema.
O plano revelado hoje propõe a eliminação das barreiras tarifárias que dificultam a difusão de tecnologias "limpas" nos próximos seis meses. Também sugere uma meta mundial para reduzir as emissões a longo prazo, embora não antes do final de 2008.
Para preparar o acordo, a Casa Branca convocará a uma reunião em Washington no último trimestre do ano, convidando 14 países que, junto com os EUA, são responsáveis por 80% da poluição no mundo.
Na lista provavelmente estarão o Brasil e mais China, Índia, Austrália, África do Sul, México, Coréia do Sul, Rússia e as maiores economias da Europa.
O anúncio de hoje reflete uma mudança de postura na Casa Branca, que durante o primeiro mandato de Bush retirou a assinatura dos EUA do Protocolo de Kyoto e se negou a discutir aquecimento global.
No entanto, no discurso do Estado da União em janeiro, Bush reconheceu pela primeira vez que a mudança climática era um "desafio sério".
O tema terá lugar de destaque na reunião de cúpula do G8 (sete países mais industrializados do mundo mais a Rússia) de 6 a 8 de junho, por insistência da Alemanha, que atualmente preside o grupo e a União Européia.
A chanceler alemã, Angela Merkel, propôs que os membros do G8 se comprometam a limitar o aumento da temperatura mundial a dois graus Celsius durante o século.
Além disso, também pretende que em 2050 as emissões dos gases que provocam o aquecimento global sejam a metade do volume registrado em 1990.
No entanto, a Casa Branca rejeitou as metas, segundo a imprensa, e por isso os negociadores americanos e dos outros países do G8 ainda tentam chegar a um acordo por consenso.