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24/10/2008 - 13h04

Cientistas esperam impacientes o fim da obscurantista era Bush

Da AFP
Em Washington
Depois de oito anos de administração Bush, durante os quais a ciência esteve submetida à influência obscurantista da ideologia religiosa, os meios científicos vêem a chegada de um novo presidente quase como uma bênção divina, seja ele Barack Obama ou John McCain.

O democrata Obama e o republicano McCain, que responderam a uma pesquisa organizada por mais de 175 organizações científicas e universidades, se distanciam claramente de George W. Bush no que diz respeito às grandes questões científicas, assim como seu programa de apoio às pesquisas.

Os dois adversários prevêem, também, levantar a proibição, imposta em 2001 por Bush por meros motivos religiosos, de utilizar fundos federais para realizar pesquisas com células-tronco embrionárias, consideradas cruciais para lutar contra várias doenças incuráveis.

Obama e McCain reconhecem que a atividade humana contribui para o aquecimento global e recomendam reduções obrigatórias das emissões de gases de efeito estufa, algo a que Bush é declaradamente hostil.

Ambos os candidatos fizeram da redução da dependência de petróleo dos Estados Unidos sua prioridade. Obama quer aumentar em 150 bilhões de dólares em dez anos o orçamento federal consagrado à pesquisa e desenvolvimento de novas fontes de energia assim como à poupança de energia.

McCain, menos comprometido neste terreno, propõe construir 45 centrais nucleares até 2030.

Tanto McCain como Obama querem revitalizar a exploração espacial, cujo orçamento é considerado insuficiente para conseguir os objetivos enunciados por Bush em 2004: regresso à Lua antes de 2020 e missões tripuladas a Marte e a outras partes do Sistema Solar.

Ambos os aspirantes à Casa Branca querem, também, dar um lugar mais destacado ao assessor científico do presidente que, desde 2001, foi relegado a um papel menor.

Mas diferem em seu enfoque da Teoria da Evolução. Apesar de ambos acreditarem na Teoria de Darwin, McCain se manifesta favorável ao ensino, em paralelo, nas escolas do "design inteligente", a teoria do neocriacionismo sobre a origem do mundo como alternativa à teoria da evolução.

As visões de Obama e McCain também se diferenciam na forma de financiar a pesquisa e estimular a inovação.

O republicano quer reduzir os impostos das empresas e eliminar regulamentos que "desestimulam os investimentos" nas atividades inovadoras.

O democrata planeja incrementar fortemente o orçamento federal para estimular a pesquisa básica e formar mais cientistas e engenheiros.

Este enfoque o converte no preferido do setor científico, meio que já estava perto dele por seu principal assessor científico, Harold Varmus, laureado com o Nobel de Medicina e ex-diretor dos Centros Nacionais da Saúde (NIH).

Obama também obteve o apoio de 61 prêmios Nobel americanos, entre os quais Martin Chalfie, co-laureado com o Nobel de Química 2008, que criticou a "diminuição dos orçamentos federais consagrados a pesquisa básica nos últimos oito anos".

Mas a crise financeira poderá limitar as ambições de ambos os candidatos, cujos projetos nessa área estão avaliados em 85,6 bilhões de dólares no caso de Obama e 78,8 bilhões no caso de McCain.

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