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09/05/2009 - 08h30

Síndrome das pernas inquietas afeta até 8% da população, segundo associação

Por Francisco Galindo
Da Efe
É como se uma corrente elétrica percorresse as pernas quando estão em repouso. É preciso movimentá-las para obter algum alívio. Estes podem ser sintomas da síndrome das pernas inquietas, uma patologia neurológica que está entre os cerca de 40 transtornos do sono catalogados na literatura médica.

Efe
A síndrome provoca uma necessidade incontrolável de movimentar as pernas, especialmente antes de dormir
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Muita gente que sofre com o problema não recebe o diagnóstico, de acordo com dados da Federação da Associação Espanhola de Doenças Raras. No entanto, as estatísticas indicam que entre 5% e 8% da população tenha a síndrome. Desse total, 2% apresenta um quadro suficientemente severo para necessitar de tratamento, segundo o médico Francisco Javier Puertas, do Hospital Universitário da Ribera, na Espanha.

"O transtorno se caracteriza por uma necessidade imperiosa de movimentar as pernas, acompanhada de mal-estar nas extremidades, que piora em repouso e melhora com o movimento", diz o médico.

"A sensação exata é difícil de definir, mas há pacientes que o descrevem como uma eletricidade nas pernas, ou como uma sensação de ter borbulhas nas veias", acrescenta o especialista, esclarecendo que a síndrome às vezes se confunde com problemas derivados de varizes, ou de circulação sanguínea, e inclusive com um estado de ansiedade.

O médico, que é também presidente da Sociedade Espanhola do Sono, descreve que os afetados pela síndrome começam a notar o problema de forma mais intensa "por volta do final da tarde e, sobretudo, à noite quando estão na cama".

Mas os sintomas também podem se apresentar durante uma fase mais avançada do sono, o que compromete o descanso. "Nos casos mais severos, os pacientes podem passar a noite dando voltas na cama ou se levantando para caminhar e tentar aliviar o mal-estar", revela o neurofisiólogo.

O médico Eduard Estivill, da Unidade do Sono do Instituto Universitário Dexeus de Barcelona, assegura a síndrome é mais frequente nos idosos. Eles se queixam de sacudidas noturnas das pernas, movimentos bruscos de flexão e extensão das extremidades, de um a cinco segundos de duração e que acontecem de forma periódica em intervalos de 20 a 40 segundos.

Dopamina e ferro

"A origem e a etiologia da síndrome são desconhecidas, mas há indícios de que o ferro e a dopamina, um neurotransmissor, estão envolvidos no processo. O déficit do mineral altera a função da dopamina, de acordo com Puertas. Por isso, os fármacos mais avançados para combater a doença tentam simular a ação desse neurotransmissor. "Esses remédios são denominados agonistas dopaminérgicos", ressalta o neurofisiólogo.

Embora ainda seja uma doença pouco estudada, considera-se muito provável que existam causas genéticas que determinem a aparição da síndrome. "Sabe-se que há um aumento de frequência em parentes diretos dos afetados e, em muitos casos, a geração seguinte começa a sentir os sintomas antes que a anterior", declara.

O especialista diz também que alterações na rotina, como o horário de verão, podem ter consequências para quem sofre da síndrome.


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