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01/08/2008 - 07h59

No divã ou na sala de cinema, o que importa é a reflexão

Tatiana Pronin
Editora do UOL Ciência e Saúde
Temas como medo, amor, traição, sexo e morte - que rendem bilhões à indústria do cinema - são a matéria-prima do trabalho de psicólogos, analistas e psiquiatras. Indicar filmes para os pacientes, portanto, é extremamente comum entre os profissionais que lidam com o comportamento humano.

O conceito de "cinematerapia" é tema de livros como "The Motion Picture Prescription" ("O cinema como remédio", sem tradução no Brasil), do psicólogo Gary Salomon, e "Filmtherapy, I film che ti aiutano a stare meglio" ("Cinematerapia, os filmes que o ajudam a estar melhor", também sem tradução), do psiquiatra italiano Vincenzo Mastronardi.

FILMES QUE OS MÉDICOS INDICAM
Divulgação
O filme "Juno" já foi indicado pelo psiquiatra Jairo Bouer para discutir o tema da gravidez na adolescência com paciente
ÁLBUM DE FOTOS: CINEMA E SAÚDE
QUANDO O DR. INDICA UM FILME
CINEMA TAMBÉM ENSINA MÉDICOS
ANOREXIA É TEMA DE "MAUS HÁBITOS"
MAIS SOBRE "CINEMATERAPIA"
Os especialistas acreditam que, observando uma situação de fora, é mais fácil refletir sobre nossas próprias atitudes e compreender melhor as reações do outro. Mas não há uma metodologia: a dica surge espontaneamente, de acordo com o momento da terapia. A única regra é que as impressões sejam discutidas depois.

Acostumado a lidar com os conflitos típicos da adolescência, o psiquiatra Jairo Bouer conta que já indicou filmes para aprofundar assuntos levados ao consultório. Na sua lista estão "Kids" ("mostra como a droga pode ter impacto na vida da pessoa"), "Elefante" ("trata do sentimento de exclusão e do bullying") e "Juno" ("aborda a questão da gravidez na adolescência").

Em um Grupo de Discussão publicado no UOL Ciência e Saúde no dia 15/07/2008, os internautas foram convidados a citar exemplos de filmes que tivessem sido úteis em alguma fase difícil da vida. "Closer - Perto Demais", sobre os conflitos amorosos de quatro personagens, foi um dos mais citados. A terapeuta de casal e família Poema Ribeiro entende a preferência: "É um painel vívido do que temos trabalhado no consultório: uma insatisfação constante em relação ao outro, porque as pessoas fazem apostas irreais". Como bem comentou um internauta, "Closer" é melhor que uma 'DR'(abreviatura para 'discutir a relação')".

Outros filmes mencionados no grupo também já foram "prescritos" pela terapeuta. "Sob o Sol da Toscana" é um deles: "É uma história sobre reconstrução pessoal e ensina que compartilhar a felicidade dos outros também pode nos beneficiar", interpreta Poema. Outro, mais recente, é "PS: Eu Te Amo": "lembra o quanto é importante olhar para o outro como ele realmente é". Nesse caso, levar o parceiro ao cinema pode ser mais terapêutico ainda.


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