Telescópio Hubble encontra galáxia 'Dorian Gray'

da Redação

O telescópio Hubble, da Nasa, encontrou uma galáxia digna do 'Retrato de Dorian Gray', do escritor Oscar Wilde. O protagonista do livro permanece jovem com o passar dos anos, enquanto um quadro com sua imagem envelhece misteriosamente. Assim como a pintura, a galáxia I Zwicky 18 parece mais velha quanto mais os astrônomos a estudam.

A aparência jovem da galáxia foi identificada cerca de 40 anos atrás. Estudos mostraram que ela irrompeu no universo com estrelas formadas bilhões de anos depois de seus vizinhos galácticos. Galáxias assim costumam ser encontradas apenas a longas distâncias da Via Láctea, o que fez os astrônomos animarem-se com a idéia de estudar uma galáxia nova tão de perto.

Mas essa possibilidade foi anulada pelos novos dados do Hubble. O telescópio encontrou estrelas mais velhas dentro da galáxia, sugerindo que sua formação foi há pelo menos um bilhão de anos, possivelmente há dez bilhões de anos.

Observações feitas com diferentes telescópios mostraram que a galáxia é quase toda composta por hidrogênio e hélio, os principais ingredientes gerados no Big Bang. Elementos mais pesados são formados no núcleos das estrelas e emitidos ao espaço quando elas morrem. Aparentemente, a taxa de estrelas em formação na I Zwicky 18 era bem menor que a de outras galáxias de mesma idade. É um mistério para os pesquisadores o motivo pelo qual a galáxia gera tantas novas estrelas atualmente.

As informações obtidas pelo Hubble também sugerem que a I Zwicky 18 fica a 59 milhões de anos-luz da Terra, quase 10 milhões de anos-luz mais distante do que se acreditava. Apesar de isso ser considerado 'próximo' para os padrões extragalácticos, a descoberta explica por que os astrônomos tiveram dificuldade para encontrar as estrelas velhas da galáxia até hoje - os corpos celestes encontram-se no limite do alcance do Hubble.