UOL Ciência e SaúdeUOL Ciência e Saúde
UOL BUSCA

03/10/2007 - 20h29

Sputnik foi estopim para criação da Internet nos EUA

Francisco Madureira
Editor de Tecnologia e Downloads
O lançamento do Sputnik, há exatos 50 anos, pode ser considerado um dos estopins para a criação da Internet nos laboratórios acadêmicos e militares dos Estados Unidos entre o final da década de 1950 e início dos anos 1960.

O contexto era a Guerra Fria, e o temor, a bomba nuclear. Com o domínio do espaço, a extinta União Soviética mostrava que poderia vigiar ou até mesmo disparar contra o território norte-americano —até então intacto— diretamente do espaço.

Eis então que, no ano seguinte ao lançamento do Sputnik, o Departamento de Defesa dos EUA funda a Arpa (Agência de Projetos de Pesquisa Avançados, em inglês), com o objetivo de retomar a liderança em tecnologia militar.

Foi no interior da Arpa que surgiu a Arpanet, "embrião" da rede mundial de computadores. A idéia era criar uma rede distribuída, independente de comandos centralizados, que pudesse sobreviver a um ataque nuclear que atingisse os nós centrais de telecomunicações norte-americanos.

A rede era baseada em uma tecnologia chamada "packet-switching", ou troca de pacotes, que divide as mensagens em pequenos fragmentos no momento do envio dos dados —esses fragmentos são capazes de encontrar seu próprio caminho até o destino, onde são novamente reagrupados para formar a mensagem original.

Controle

A partir daí, a evolução não parou. Da criação do protocolo de troca de dados TCP/IP até a interface gráfica da Internet, que nós conhecemos por World Wide Web, a rede mundial de computadores saiu do plano militar e dos laboratórios acadêmicos para se tornar o meio de comunicação que cresceu mais rapidamente na história.

Mas apesar de estar longe do objetivo militar de seu nascimento, a Web não está longe de controle. Em seu ensaio "Global Networks and the Effects on Culture", por exemplo, o professor da Universidade de Nova York Alexander Galloway conta um pouco da história da rede e como seus protocolos de comunicação, criados por uma elite que controla a Web a partir da Icann (Internet Corporation for Assigned Names and Numbers) e da W3C (World Wide Web Consortium), exercem controle sobre a expressão cultural.

Além dele, autores como o francês Dominique Wolton também vão na contra-mão da teoria de que a Web é absolutamente livre e democrática. Wolton, que fala em "americanização" em vez de "globalização", questiona em obras como "Internet, e depois?" e "É preciso salvar a comunicação" a enxurrada de informações da Web e a real capacidade da rede em promover a democracia e a tolerância entre civilizações.




Compare preços nas MELHORES LOJAS

- Carros Usados
- Adidas - Pen Drive - Notebook - Ar Condicionado

Hospedagem: UOL Host