Rinite alérgica pode ser controlada, mas não há cura para a doença

da Redação

Em períodos de clima seco e maior concentração de poluentes, como o inverno, a procura por tratamentos contra a rinite alérgica tem o seu pico. Amenizar os sintomas é possível, mas, infelizmente, não há cura para a doença, ao contrário do que levava a crer um título publicado na página principal do UOL no dia 03/07/2007, "Acabe com a rinite". A matéria, produzida pela revista Estilo Natural, aborda o uso de terapias alternativas para controlar o mal.

A rinossinusite, termo mais adequado para a condição, é um processo inflamatório desenvolvido a partir do contato com alérgenos como pó, bolor, pólen ou perfume. "Todas as pessoas reagem a essas substâncias, mas, para algumas, os sintomas são mais intensos", explica o otorrinolaringologista Luciano Rodrigues Neves, doutorando pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O médico explica que toda alergia possui um componente genético, mas depende da exposição do indivíduo aos elementos. O organismo "entende" o alérgeno como um agressor e faz o possível para expulsá-lo, aumentando a quantidade de secreção no nariz, além de provocar tosse, espirro e coceira. "Qualquer pessoa vai apresentar esses sintomas ao entrar em um ambiente empoeirado, mas o alérgico tem uma reação bem mais intensa", diz Neves.

Muita gente passa a infância sem conviver com a rinite, mas, ao mudar para uma cidade mais poluída na idade adulta, a doença se manifesta. A providência mais lógica é evitar a exposição ao alérgeno, o que nem sempre é possível.

O desafio é persistir no tratamento

Se mudar de cidade, acabar com a poeira ou se afastar de pessoas que exageram no perfume às vezes é inviável, resta aos indivíduos com rinite procurar formas de aliviar os sintomas.

"É muito comum os pacientes ficarem frustrados porque as crises voltam a incomodar e procurarem outros tipos de terapia. Mas não há cura para a rinite", esclarece o médico. Ele ressalta que o tratamento deve ser individualizado, já que todo medicamento possui efeitos colaterais. Alguns remédios, como certos tipos de descongestionantes orais, também podem causar o chamado "efeito rebote" quando usados indevidamente ou por longos períodos.

Uma das opções adotadas por médicos é a imunoterapia, baseada na administração de vacinas feitas com quantidades muito pequenas do alérgeno. O objetivo é fazer com que o corpo "se acostume" com o componente e passe a reagir com menos intensidade.

Terapias alternativas, como homeopatia e acupuntura, também podem amenizar os sintomas, de acordo com Neves. Acabar de vez com o problema, no entanto, ainda está longe de ser realidade.